O secretário-geral socialista afirmou esta terça-feira que vai descer a Avenida da Liberdade como primeiro-ministro nos 50 anos do 25 de Abril e advertiu que um Governo AD cortará na despesa social se a conjuntura for de aperto.
Estas posições foram transmitidas por Pedro Nuno Santos no discurso que proferiu no encerramento do comício do PS em Lisboa, na Aula Magna, e que acabou com o primeiro-ministro cessante, António Costa, no palco, a falar ao ouvido do novo líder socialista.
Também na parte final da sua intervenção, Pedro Nuno Santos acabou por protagonizar um lapso, quando prometeu que, se formar executivo, estará focado para "governar para a maioria", quando queria dizer "para todos" os portugueses.
Na sua intervenção, escutada pelo presidente honorário do PS, Manuel Alegre, o líder socialista levantou a plateia quando se referiu às comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, dizendo que Portugal terá então "um primeiro-ministro que vai descer com orgulho a Avenida da Liberdade".
"Não podemos perder essa oportunidade. Para isso, temos de ganhar, com a certeza de que vamos governar a ouvir os outros, a respeitar os outros", declarou.
Nos oito anos em que António Costa foi primeiro-ministro, nos dias 25 de Abril, participou de manhã na sessão solene na Assembleia da República e, pela tarde, abriu a residência de São Bento à população em geral, com um extenso programa cultural.
Na parte mais politica da sua intervenção, o líder socialista defendeu que o cenário macroeconómico apresentado pelo PS se caracteriza pela prudência e baseia-se em previsões em linha com as das instituições internacionais, "ao contrário do cenário da AD" (Aliança Democrática).
"Esse cenário não é credível e, por isso, temos o dever de perguntar o que eles cortam primeiro se as coisas não correrem como eles preveem. Mas não é preciso não ser adivinho. Na hora do aperto, [com a AD] fica o alívio fiscal e sai a despesa social com os pensionistas e trabalhadores", acusou.
Depois, neste contexto, voltou a associar o presidente do PSD ao período da troika quando desempenhava as funções de líder parlamentar social-democrata.
"Foi assim com Luís Montenegro a vibrar e a apoiar as medidas que esse Governo implementou em Portugal, Durante o tempo da troika cortaram com convicção. Não mudou nada", completou.
O secretário-geral do PS, além de criticar a intenção da AD de proceder a uma descida generalizada do IRC, advertiu também para as consequências dessa medida, sobretudo no sistema de Segurança Social.
"Baixar o IRC é prejudicar a Segurança Social", sustentou, antes de defender que o PS, ao contrário da AD, não precisa de se reconciliar com os pensionistas, "porque tem com eles uma relação de confiança".
Pedro Nuno Santos levantou a plateia de apoiantes socialistas quando procurou negar a tese de que há um dualismo entre os setores público e privado.
"Essa é uma falsa divisão. Quando a administração pública presta melhor serviço, ganha o privado. Quando os salários sobem na administração pública, sabemos o que acontece depois no privado", acrescentou.