A Igreja não precisa de “dinheiro sujo” que venha das mãos de criminosos. O recado foi deixado pelo Papa durante a audiência-geral, no Vaticano, esta quarta-feira.
Francisco reflectia sobre uma passagem bíblica do Antigo Testamento quando, de improviso, defendeu que a Igreja deve rejeitar a ajuda dos que lucram explorando os outros.
“Penso nalguns benfeitores da Igreja, com boas ofertas: ‘Tome esta oferta para a Igreja’. Mas esta oferta é fruto do sangue de tantas pessoas abusadas, maltratadas, escravizadas, com o trabalho mal pago. Eu diria a estas pessoas: por favor, leva de volta este cheque, queima-o. O povo de Deus, isto é, a Igreja, não precisa de dinheiro sujo, mas de corações abertos à misericórdia de Deus”, disse.
Desde o início
do seu pontificado que teve entre as suas prioridades a
reforma do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), mais conhecido por “Banco
do Vaticano”, devido às suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de
contas. O banco foi reestruturado e milhares de contas foram fechadas.
O Papa, que nesta audiência-geral voltou a dar boleia a duas crianças, convidou os fiéis a evitarem o mal e praticarem o bem, lembrando os refugiados que “desembarcam na Europa e não sabem para onde ir”.
Na reflexão que fez, sobre a misericórdia, Francisco lembrou que “Deus nunca nos renega”.
“O mais malvado dos homens, a mais malvada das mulheres, ou o mais malvado dos povos, são todos seus filhos”, disse o Papa, lembrando que isto dá “esperança” a todos os seres humanos, porque Deus não trata cada um segundo as suas culpas.