A rede social TikTok reconhece ser importante continuar a investir na Europa, "para apoiar" os mais de 150 milhões que utilizadores reunidos em apenas alguns anos. Para isso, está a expandir a capacidade de armazenamento de dados europeus.
Uma medida que surge numa altura em que a empresa chinesa, detida pela ByteDance, está a ser contestada nos Estados Unidos. O presidente do TikTok, Shou Zi Chew, vai ser ouvido pelo Comité de Energia e Comércio do Congresso norte-americano em março, sobre as políticas de privacidade e segurança da rede social.
Bruxelas também está atenta à forma como a rede social protege a privacidade dos utilizadores. No início de janeiro a Comissão Europeia ameaçou proibir a utilização do TikTok na UE, devido ao conteúdo considerado perigoso que tem crescido na plataforma.
Em comunicado, a rede social garante que continua focada “em construir a confiança” com a sua comunidade, “demonstrando-lhes que os seus dados estão seguros” e a “cumprir a estratégia de gestão de dados” definida no último ano para a Europa.
Entre os objetivos destacam-se “uma maior redução do acesso dos trabalhadores aos dados dos utilizadores europeus; a minimização dos fluxos de dados fora da Europa; e o armazenamento local dos dados dos utilizadores europeus”, explicam.
Novo centro de armazenamento na Irlanda
“Estamos a procurar expandir a nossa capacidade de armazenamento de dados europeus”, garante a tecnológica.
O projeto já está “numa fase avançada de finalização” e passa por “um segundo centro de dados na Irlanda com um fornecedor de serviços externo” para armazenamento de dados, além do “local anunciado no ano passado”.
Há ainda conversações para um terceiro centro de dados na Europa, “para complementar ainda mais” as operações planeadas na Irlanda.
Os dados dos utilizadores TikTok europeus “começarão a migrar este ano, continuando em 2024”.
A rede social acrescenta ainda estar empenhada “em continuar a acelerar as oportunidades” para os utilizadores e promete “continuar a investir na Europa”, onde “mais de 5.000 pessoas trabalham agora para o TikTok em 10 países: Bélgica, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Polónia, Espanha, Suécia e Reino Unido”.
Compromete-se com regulamentação europeia
A empresa diz ainda estar comprometida com a “nova regulamentação” e recorda que na última semana o TikTok apresentou o primeiro relatório de base em conformidade com o Código de Conduta sobre Desinformação.
O documento forneceu “mais de 2.500 dados sobre a implementação e aplicação das políticas da TikTok em 30 países europeus”, lembram. Acrescentam ainda que a rede social tem vindo a expandir a equipa “com conhecimentos especializados adicionais e a disponibilizar recursos-chave de toda a empresa para assegurar a nossa futura conformidade com a Lei dos Serviços Digitais (DAS na sigla em inglês)”.
Asseguram também estar comprometidos com “a transparência”. Nos relatórios trimestrais de aplicação das Community Guidelines fornecem informações sobre “a natureza do conteúdo e das contas removidas da nossa plataforma”.
Prometem ainda continuar “a aumentar a visibilidade externa do trabalho para proteger a comunidade, inclusive através da abertura do Centro Europeu de Transparência e Responsabilização em Dublin no próximo mês, onde o público especializado poderá saber mais sobre o trabalho para manter as pessoas no TikTok em segurança”, concluem.