Ministro da Educação admite dificuldades em preencher horários de algumas disciplinas
02-09-2023 - 12:18
 • João Pedro Quesado

João Costa diz que um horário por preencher já é demais e que "ninguém tem o direito" de, com greves, "prejudicar mais" alunos que já sofreram com a pandemia.

O ministro da Educação admitiu, este sábado, que há dificuldades no preenchimento dos horários de algumas disciplinas, como Informática e Geografia, mas diz que esta dificuldade é sentida "todos os anos". João Costa considera que "ninguém tem o direito" de "prejudicar mais" alunos que já sofreram com a pandemia.

Em declarações à RTP, João Costa revelou que os grupos de recrutamento com maior dificuldade, "sobretudo na região de Lisboa", são os de Informática, Geografia, Físico-Química, Biologia e ainda de Matemática.

Acerca dos 400 horários por preencher, o ministro da Educação considerou que "um horário é um número elevado", e que "o Governo está preocupado" e "toda a gente está preocupada" quando há um horário por atribuir.

João Costa considera que a falta de docentes não é um problema exclusivamente português, e destacou que o Governo tem a intenção de "acelerar a formação de professores", sublinhando o aumento de candidatos aos cursos de educação.

O ministro declarou que "os sinais são positivos" e que, em dois anos, houve "um aumento de 45% dos alunos inscritos nos cursos de educação básica". "Temos uma grande procura e uma grande pressão sobre algumas instituições nos mestrados em ensino, portanto, significa que os jovens estão novamente a olhar para a profissão de futuro", disse.

Sobre as greves, cujo regresso à Educação já está marcado, o responsável desejou que "haja o bom senso de perceber que os alunos não podem ser mais prejudicados", e salientou que está é "uma geração de alunos que teve dois anos de pandemia, que já teve um ano com perturbações, e ninguém tem o direito, seja qual foi a nossa preocupação, de prejudicar mais estes alunos".

"Se o objetivo for apenas a luta, ninguém está interessado em soluções. Não há qualquer recusa negocial por parte do Governo. Ninguém defende um serviço público mantendo-o paralisado", declarou João Costa.