Pelo menos dez mortos é o mais recente balanço da vaga de contestação no Chile, segundo a imprensa. Os violentos protestos levaram o Governo a decretar o estado de emergência na capital.
As últimas três vítimas morreram durante um fogo num supermercado, ao que tudo indica provocado por um ato de pilhagem. Esta informação foi avançada por Karla Rubilar, autarca de Santiago.
O presidente do Chile afirmou que o país está "em guerra" contra os "criminosos" responsáveis pelos protestos violentos que causaram vítimas mortais e que levaram o Governo a decretar o estado de emergência na capital.
"Estamos em guerra contra um inimigo poderoso e implacável que não respeita nada ou ninguém e que está disposto a usar a violência sem limites, mesmo quando isso significa a perda de vidas humanas, com o único objetivo de causar o máximo de dano possível", afirmou este domingo Sebastián Pinera.
O Presidente disse entender que os cidadãos se manifestem sobre aquilo que os preocupa, mas classificou de "verdadeiros criminosos" os responsáveis pelos incêndios, barricadas e pilhagens.
Os protestos, promovidos por estudantes, começaram na capital chilena após o governo ter proposto um aumento do preço dos bilhetes do metro. Santiago possui a rede mais longa (140 quilómetros) e mais moderna da América do sul, transportando diariamente cerca de três milhões de passageiros.
O Presidente Sebastián Pinera decretou o estado de emergência para 15 dias na capital, com sete milhões de habitantes, mas no dia seguinte, no sábado, recuou e suspendeu o aumento.
Contudo, as manifestações e os confrontos prosseguiram, também devido à degradação das condições sociais e às desigualdades no país, onde as áreas da saúde e educação estão quase totalmente controladas pelo setor privado.
Segundo um balanço das autoridades, já foram detidas pelo menos 716 pessoas.