No primeiro São Bento à Sexta de 2023, o líder parlamentar do PS admite que a ministra da Agricultura pode ter mais explicações a dar, na sequência da demissão da secretária de Estado, Carla Alves, que saiu do Governo ao fim de pouco mais de um dia.
Eurico Brilhante Dias evita falar da eventual demissão de Maria do Céu Antunes, mas abre a porta a esclarecimentos: "Não digo que se fale em eventual demissão, não quero que se entenda isso das minhas palavras. Já sabemos de algo que ela [a ministra] não sabia, que é a afirmação sobre as contas bancárias".
Questionado se Maria do Céu Antunes tem mais explicações a dar, Eurico Brilhante Dias considera que "essa questão pode-se colocar". São precisamente esses esclarecimentos que as oposições querem que sejam dados no Parlamento. É o caso do PSD que já apresentou um requerimento para ouvir a ministra da Agricultura.
O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, diz à Renascença que espera que o PS aprove "o mais rápido possível" a audição de Maria do Céu Antunes.
Se a ministra "não for rapidamente" ao Parlamento e o esclarecimento "não for cabal", deixará de ter condições para continuar no Governo, defende.
Maria do Céu Antunes, "tornando-se num peso politico negativo elevadíssimo, se não for capaz de dar as explicações mínimas, também a sua posição é insustentável", sublinha Joaquim Miranda Sarmento.
Isto quer dizer exatamente que se "a própria se não for capaz de esclarecer o país só tem um caminho digno que é pedir a demissão", afirma Joaquim Miranda Sarmento, que acrescenta que "se ela não o fizer, o caminho que o primeiro-ministro tem é demitir". O dirigente social-democrata conclui com um "vamos aguardar".
A esta espécie de desafio do PSD para viabilizar a audição de Maria do Céu Antunes no Parlamento, o líder parlamentar do PS não fecha a porta e diz que essa é uma hipótese tal como "viabilizámos noutras circunstâncias".
Eurico Brilhante Dias diz que vai "olhar" para o requerimento do PSD e vai "ver se em função da informação" que tem e da "informação que se pode adicionar" pode ou não viabilizar o pedido dos social-democratas.
O dirigente socialista só não aceita a "circunstância em que nos colocam". Ou seja, como se ao PS não fosse possível "avaliar e votar de forma diferente" e aí, ao PS, "só restava uma opção que era votar sempre a favor".