O Presidente português considerou esta quinta-feira que o "acordo de princípio" entre Reino Unido e União Europeia para a saída deste país do bloco comunitário é "uma magnífica notícia" e disse esperar que seja aprovado pelo Parlamento britânico.
"Este acordo de princípio é uma magnífica notícia. Agora só esperamos que o Parlamento britânico o venha a aprovar, para se converter num acordo definitivo", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa.
Segundo o chefe de Estado, a sua aprovação pelo Parlamento britânico "seria uma enorme notícia para a Europa e uma enorme notícia para o Reino Unido, na medida em que ocorre antes do dia 31 de outubro, na medida em que evita o que seria uma situação muitíssimo mais grave, a da saída sem acordo".
"E na medida em que mostra, da parte da União Europeia, como do Reino Unido, a nível de Governo, uma vontade de até ao fim trabalhar para haver um entendimento, a pensar em milhões e milhões de cidadãos. Portanto, vamos esperar agora que no sábado o Parlamento britânico possa aprovar o acordo", completou.
O primeiro-ministro português, António Costa, também saudou hoje, em Bruxelas, o acordo anunciado pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerando-o "ótimo", mas lembrou que o Parlamento britânico já reprovou outros compromissos e disse esperar que "à quarta seja de vez".
Este acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia - decidida pelos cidadãos britânicos em referendo realizado em 23 de junho de 2016 - foi anunciado a poucas horas do início de um Conselho Europeu que começará precisamente com uma discussão sobre este compromisso.
O texto final do acordo tem de ser validado pelos chefes de Estado e de Governo reunidos em Conselho Europeu entre hoje e sexta-feira e ratificado pelo Parlamento britânico e pelo Parlamento Europeu.
Segundo o negociador-chefe da União Europeia para o 'Brexit', Michel Barnier, Bruxelas e Londres alcançaram "uma base justa e razoável" para uma saída ordenada do Reino Unido da União Europeia e para começar "o mais cedo possível uma nova parceria".
"Não há nenhuma surpresa, muito deste texto final encontra-se no acordo que tínhamos proposto há quase um ano. Há apenas alguns elementos novos, particularmente sobre a Irlanda e a Irlanda do Norte, e na declaração política", declarou Barnier, na sala de conferências da Comissão Europeia, ao apresentar o novo compromisso para o 'Brexit', que deverá concretizar-se em 31 de outubro.