O preço do azeite tem dado que falar há meses e não só em Portugal
De facto, é o produto que mais aumentou no último ano e a subida pode não ficar por aqui.
O Explicador Renascença esclarece o que está em causa.
O que se passa?
O que se passa é que por este andar o chamado ouro líquido, como é conhecido o azeite, um dia destes arrisca-se a concorrer com o metal precioso.
Há um ano, uma garrafa de 75 centilútros de azeite virgem extra custava 5,49 euros. Neste momento, custa 9,56 euros. É uma subida de 74%.
De acordo com a DECO Proteste, o azeite foi o produto que mais aumentou de preço no último ano de entre o cabaz de bens essenciais que a associação monitoriza.
A culpa é da inflação?
Neste caso o principal problema parece ser a falta de produção.
Espanha - que é responsável por a maior parte da produção mundial - teve um mau ano agrícola por causa da seca prolongada. e apesar das previsões do Ministério espanhol da Agricultura apontarem para um aumento da produção da ordem dos 15% este ano, ainda fica longe da média dos últimos quatro anos.
E Portugal?
Também produz azeite, de facto, e as perspetivas são de que na próxima campanha vamos aumentar a produção, mas não é o suficiente para influenciar os preços no mercado internacional e importamos muito, pelo que estamos sujeitos a ese aumento de preço.
No últimos meses, têm aumentado os furtos da azeitona.
A GNR tem dado conta de centenas de quilos de azeitonas roubadas no Baixo Alentejo e da detenção de várias pessoas e grupos organizados em flagrante.
E esta situação repete-se no sul de Espanha. No mês passado, houve uma vaga de assaltos nos olivais e nas empresas embaladoras de azeite. Num olival de Sevilha desapareceram 74 toneladas de azeitona e perto de Córdoba foram roubados 56 mil litros de azeite, num valor aproximado de 500 mil euros.
Também há fraudes?
Sim. A par dos roubos também têm aumentado as fraudes.
A ASAE apertou a fiscalização e recentemente apreendeu 4.300 litros de óleo de bagaço de azeitona que estava a ser vendido como azeite virgem. Também detetou óleo com corantes à venda na internet e vários litros de azeite de baixa qualidade com rótulo DOP - Denominação de Origem Protegida.
A ASAE diz que está particularmente atenta ao comércio online. Ainda recentemente, o Inspetor-Geral da ASAE dizia à Renascença "se é demasiado barato, desconfie”.