O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, aprovou nesta quinta-feira o destacamento de 3.300 efetivos do exército para impedir a exploração mineira ilegal em todo o país, que é rico em recursos como ouro, diamantes e platina.
"O Presidente Cyril Ramaphosa autorizou o destacamento de 3.300 efetivos da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF, na sigla em inglês) para trabalharem em cooperação com o Serviço de Polícia Sul-Africano", declarou nesta quinta-feira a presidência sul-africana através de um comunicado.
As duas forças de segurança vão "conduzir uma operação anticrime contra a mineração ilegal em todas as províncias" até 28 de abril de 2024.
O orçamento para esta ação de "prevenção e luta contra a criminalidade" ascende a 492 milhões de rands (cerca de 24,7 milhões de euros), segundo as autoridades.
Na África do Sul, a exploração mineira ilegal é frequente, com os mineiros conhecidos localmente como "zama-zamas" a trabalharem em numerosas minas desativadas e abandonadas, em especial na zona urbana de Joanesburgo (norte) e arredores.
O setor, que conheceu um dos desenvolvimentos mais lucrativos do continente africano, está frequentemente associado à atividade de grupos criminosos organizados na África do Sul.
De acordo com um relatório publicado em 2019 no âmbito do projeto ENACT, que luta contra a criminalidade organizada transnacional em África, financiado pela União Europeia, os "zama-zamas" extraem anualmente ouro no valor de mais de 702 milhões de euros, o que faz da África do Sul uma das maiores fontes de ouro ilegal do mundo.