O Banco Alimentar Contra a Fome (BACF) reuniu até quinta-feira um total de 38 toneladas de alimentos doados pelos peregrinos ou deixados por estes nos locais de realização da Jornada Mundial da Juventude, nomeadamente o Parque Tejo-Trancão.
O processo de recolha foi feito entre domingo e terça-feira de manhã, esclarece a presidente do BACF, Isabel Jonet. São alimentos que se encontram “em bom estado, depois de terem sido triados todos um a um e verificada a [sua] inviolabilidade e também feito o controlo de salubridade por uma empresa que faz esse serviço”, refere a responsável.
A quantidade de alimentos que ficam à disposição do BACF deve ainda subir nos próximos dias, pois o “processo de triagem continua”.
A isto há ainda a acrescentar que também "os kits [destinados aos peregrinos] que não foram levantados vão ser encaminhados para o Banco Alimentar".
Em termos gerais, Isabel Jonet considera que a “operação foi coroada de sucesso porque se não estivéssemos presentes toda esta comida teria sido desperdiçada”.
A recolha alimentar realizada durante a JMJ teve como pano de fundo "uma campanha de sensibilização dos peregrinos para o desperdício alimentar”, com o objetivo de “incentivar à partilha” dos alimentos que os participantes “levavam o que não queriam consumir”, explica.
Assim, nos espaços onde foi realizado o evento, nomeadamente o Parque Tejo-Trancão, foram colocadas “caixas de partilha” para recolher os alimentos.
Jonet assegura “correu tudo tal e qual como planeado, só a previsão é que correu por defeito. Nunca imaginámos que houvesse tanta doação de produto”.
Os contentores acabaram por ficar cheios. Isso fez com que algumas doações fossem colocadas em sacos do lado de fora, “o que dificultou um pouco a operação logística de recolha”.
Ainda não há números sobre os alimentos enviados para compostagem
O Banco Alimentar assegura, igualmente, que está a enviar para compostagem todos os alimentos que não possam ser aproveitados para distribuição, resultem estes de doações dos peregrinos ou tenham sido deixados nos locais de realização do evento.
Até ao momento, não existem números sobre o aproveitamento que foi feito do material orgânico recolhido na JMJ, pois a prioridade “é pesar e testar todos os produtos que possam ser distribuídos. Os que vão ser enviados para compostagem só vamos pesar tudo no fim”, afirma Isabel Jonet.
A recolha destes desperdícios, sobretudo no Parque Tejo-Trancão, está a ser coordenada “com os serviços sanitários” dos municípios.