As Nações Unidas avisam que as mortes de civis, após três semanas de guerra entre Israel e o Hamas não podem ser olhadas como um mero dano colateral.
O alerta foi feito nas últimas horas pelo diretor da Agência das Nações Unidas para o apoio aos refugiados palestinianos.
Durante uma reunião do Conselho de Segurança, onde participou por videoconferência, Phillipe Lazzarini revelou que "quase 70% das mortes de civis, reportadas nas últimas três semanas, são de mulheres e de crianças".
No caso particular das vítimas menores de idade, Phillipe Lazzarini acrescenta ao cenário as quase 3.200 crianças mortas contabilizadas pela organização Save the Children.
“Isto deverá ultrapassar o número de crianças mortas anualmente nas zonas de conflito em todo o mundo, desde 2019. Não pode ser um dano colateral”, avisa o responsável.
Apoio humanitário "condenado ao fracasso"
Por outro lado, este responsável avisa que o sistema de ajuda humanitária à Faixa de Gaza poderá estar “condenado ao fracasso”, alerta o diretor da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.
Com os corredores humanitários limitados a pouco mais de uma dezena de camiões diários, com alimentação, medicamentos e utensílios médicos, Phillipe Lazzarini refere que isso “não é nada, comparado com as necessidades de mais de 2 milhões de pessoas retidas em Gaza”.
Numa intervenção por videoconferência na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, este responsável apelou à “vontade política, para tornar o fluxo de abastecimento mais significativo, correspondendo às necessidades humanitárias sem precedentes”.
Caso contrário, Lazzarini antecipa que “o sistema em vigor para permitir a entrada de ajuda em Gaza está condenado ao fracasso”.
Gaza debaixo de fogo “em todas as frentes”
Enquanto isso, do lado israelita, as sirenes de ataque com rockets voltaram a soar na manhã deste terça-feira.
As forças armadas de Israel aconselham as populações a permanecerem nos abrigos.
Na resposta, Israel garante que está a atacar a Faixa de Gaza em todas as frentes, visando, sobretudo, o norte do território onde se acredita que estará concentrada a maior parte das figuras relevantes da cadeia de comando do Hamas.