A Moderna anunciou esta sexta-feira que vai abrir um processo judicial contra a Pfizer e a sua parceira alemã, a BioNTech, por violação de patente no desenvolvimento da primeira vacina contra a Covid-19.
A farmacêutica norte-americana alega que a tecnologia mRNA desenvolvida pelos seus cientistas antes da pandemia foi copiada pelas empresas.
O processo, no qual a Moderna exige uma compensação financeira, cujo valor ainda não é conhecido, foi aberto na Alemanha e também no estado norte-americano do Massachusetts.
"Estamos a abrir estes processos judiciais para proteger a tecnologia inovadora mRNA na qual fomos pioneiros e em cuja criação investimos milhares de milhões de dólares, patenteando-a por uma década antes da pandemia de Covid-19", disse o CEO da Moderna, Stéphane Bancel, em comunicado.
Contactado por jornais norte-americanos, um porta-voz da Pfizer disse que a empresa ainda não recebeu nota do processo, pelo que ainda não pode tecer comentários. A BioNTech também ainda não reagiu ao processo judicial.
Em março, a Moderna tinha prometido não aplicar a patente a farmacêuticas que estejam a desenvolver vacinas para países em desenvolvimento, após duras pressões para dar resposta à desigualdade na distribuição mundial destas.
Em 2020, adianta o site "Axios", a empresa tinha referido em documentos oficiais que "não pode ter a certeza de ter sido a primeira a concretizar as invenções patenteadas por nós ou a aguardar patente", incluindo a vacina experimental contra o coronavírus.
Na altura, a Moderna reconheceu que "publicações sobre descobertas na literatura científica muitas vezes ficam atrás das descobertas em si, e as candidaturas a patentes nos EUA e noutras jurisdições normalmente só estão concluídas 18 meses depois" de inicado o processo.
[atualizado às 15h13]