O Papa Francisco decidiu esta quinta-feira integrar na lista de mártires da Igreja Católica os 21 cristãos coptas que foram executados pelo Estado Islâmico na Líbia em 2015.
A decisão, de enorme significado no caminho ecuménico, surgiu no âmbito dos encontros entre Francisco e Tawadros II, respetivamente líderes da Igreja Católica e da Igreja Copta Ortodoxa, que têm decorrido nestes dias em Roma.
Já na quarta-feira, os dois líderes permaneceram juntos durante toda a audiência geral e ambos abençoaram os peregrinos presentes na Praça de São Pedro. Os contactos destes últimos dias destinaram-se a assinalar os 50 anos do histórico encontro ocorrido entre Paulo VI e Shenouda II. E, desde então, o caminho ecuménico, com vista à unidade, tem vindo a consolidar-se.
Esta manhã, Francisco recebeu Tawadros II e toda a sua delegação no Vaticano e agradeceu os frutos deste meio século de caminho percorrido. O Santo Padre valorizou o empenho da Igreja Copta Ortodoxa “por este diálogo teológico” e agradeceu também a Tawadros II “a atenção fraterna que continua a dedicar à Igreja Copta Católica, uma proximidade que encontrou louvável expressão na criação do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs no Egito”.
Por fim, Francisco referiu-se aos cristãos coptas mortos na Líbia, a 15 de fevereiro de 2015.
“Esses mártires foram batizados não apenas na água e no Espírito, mas também no sangue, um sangue que é semente de unidade para todos os seguidores de Cristo”, disse o Santo Padre.
E dirigindo-se a Tawadros II, prosseguiu: “Tenho o prazer de anunciar hoje, com o consentimento de Vossa Santidade, que estes 21 mártires serão incluídos no Martirológio Romano como sinal da comunhão espiritual que une as nossas duas Igrejas. Que a oração dos mártires coptas, unida à da Theotokos (Mãe de Deus), continue a fazer crescer a amizade das nossas Igrejas, até ao dia abençoado em que poderemos celebrar juntos no mesmo altar e comungar o mesmo Corpo e Sangue do Salvador, para que o mundo creia (Jo 17,21).”
A data de 15 de fevereiro foi a data escolhida para a celebração litúrgica destes 21 mártires.