Preços da energia no Reino Unido quase duplicam
26-08-2022 - 08:28
 • Renascença com Lusa

O preço máximo da energia no Reino Unido vai ser atualizado esta sexta-feira pelo regulador de energia para quase o dobro. A medida entrará em vigor a 1 de outubro.

Uma atualização do preço máximo da energia no Reino Unido, realizada esta sexta-feira pelo regulador do setor, vai fazer subir em 80% o teto máximo que as empresas de energia estão autorizadas a cobrar aos seus clientes.

O novo valor do Ofgem (Office of Gas and Electricity Markets) para o 'teto' de preços [price cap], que entrará em vigor em 1 de outubro, vai ultrapassar as 3.500 libras (4.144 euros), segundo especialistas do mercado energético.

Em Abril, o regulador já tinha aumentado em 54% esse teto máximo, situando a despesa média anual em 2.335 euros. Nessa altura, o governo britânico anunciou um apoio de 474 euros por agregado familiar para reduzir o impacto do aumento.

O preço máximo que as empresas de energia estão autorizadas a cobrar aos seus clientes é determinado de acordo com as variações dos preços nos mercados internacionais e outros custos.

A energia já é um dos principais fatores para a taxa recorde de inflação no Reino Unido, de 10,1%, que economistas do banco de investimento Citi e da Resolution Foundation estimaram poder chegar aos 18% em 2023.

É também uma das principais ameaças para o crescimento económico do país, que o Banco de Inglaterra antecipou que vai entrar numa "longa recessão".

"A fonte destes riscos e o motor destas revisões das nossas previsões desde maio são, na sua esmagadora maioria, os preços da energia e as consequências das ações da Rússia", disse o governador, Andrew Bailey, no início deste mês.

Os partidos Trabalhista e Liberais Democratas exortaram o Governo a congelar já os preços para impedir um agravamento da crise do aumento de custo de vida, que também está a pesar nos custos com alimentação e transportes.

Em maio, o governo anunciou um apoio de 400 libras (474 euros) por agregado familiar, o que reduzirá o impacto do aumento, além de apoios adicionais a famílias com rendimentos baixos, inválidos e reformados.

Porém, novas medidas terão de esperar pelo sucessor de Boris Johnson, que só entrará em funções a 6 de setembro.