O PS ainda está a preparar alterações à lei eleitoral autárquica para as próximas eleições que o primeiro-ministro já anunciou que vão ser em setembro.
As alterações, sabe a Renascença, estão a ser preparadas pela deputada Isabel Oneto, ex-secretária de Estado adjunta e da Administração Interna, e vão ser apresentadas na próxima semana. Mas primeiro vão ter de passar pelo crivo do primeiro-ministro, António Costa.
O assunto fica assim entre o grupo parlamentar e António Costa, que no fim de semana passado já desautorizou o seu ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, que tinha vindo sugerir que as eleições autárquicas poderia decorrer em dois fins de semana.
“Aquilo saiu-lhe”, é a explicação dada por dirigentes socialistas contactados pela Renascença para a precipitação de Cabrita em ter falado do processo eleitoral em entrevista à agência Lusa, sem se coordenar com primeiro-ministro.
António Costa, por seu lado, não gostou. Desautorizou-o na reunião da comissão nacional, mas antes já tinha feito o mesmo na reunião da comissão política. Agora, as alterações que venham a ser introduzidas ao processo eleitoral estão a ser trabalhadas é no Parlamento.
De acordo com fonte da direção do grupo parlamentar, ainda não há decisões e há vários modelos em análise. E entre os modelos, não está completamente excluída a hipótese de voto em mobilidade (o eleitor votar num local que não o da sua residência), uma modalidade que o ministro disse que não seria possível. A existir terá, contudo, de ser muito restrito, dentro de cada concelho.
Um dos problemas apontados pela direção do grupo parlamentar do PS para a dificuldade do processo eleitoral é o facto de os cadernos eleitorais continuarem por digitalizar. Uma crítica à administração eleitoral que, de acordo com uma dirigente socialista, também já devia ter avançado na agilização da organização de votação em lares e para pessoas confinadas.