Edmonton, Maskwacis. Québec e Iqaluit são as etapas da próxima viagem do Papa Francisco ao Canadá, entre 24 e 30 de julho.
Apesar dos seus 85 anos e problemas de saúde, o Papa vai percorrer 20 mil quilómetros para encontrar várias populações indígenas, sob o lema da visita "Caminhando juntos".
Em Québec, a 27 de julho, haverá um encontro com o primeiro-ministro e as autoridades políticas, mas o Papa não vai à capital do país, Otava, porque o foco principal é a questão dos abusos cometidos contra comunidades indígenas, entre meados do século XIX e finais do século XX.
Os crimes envolveram 139 colégios internos que, por imposição do Estado canadiano, acolheram obrigatoriamente cerca de 150.000 crianças e adolescentes indígenas entre 3 e 16 anos, previamente retiradas às famílias e afastadas das suas comunidades de origem.
Muitos destes internatos pertenciam a instituições anglicanas, católicas e protestantes, que desde o século XIX já mantinham colégios na zona dos indígenas.
Nesses internatos, de acordo com as investigações realizadas nos últimos anos, as crianças e jovens estavam proibidos de usar o seu nome de origem, a sua língua e obrigados a assimilar a cultura cristã, com episódios de violência, punição e, por vezes, abuso.
Segundo estimativas dos povos indígenas, cerca de 4.100 crianças morreram nesses internatos e muitas também foram enterradas em valas comuns sem identificação.