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O ministro das Finanças, João Leão, entregou esta segunda-feira à noite a proposta de Orçamento do Estado para 2021.
O documento chegou às mãos do presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, antes das 21h00.
João Leão entrou no gabinete do presidente da Assembleia da República pelas 20h58, acompanhado pela secretária de Estado do Orçamento, Cláudia Joaquim, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, entregando a Ferro Rodrigues exemplares da proposta orçamental em formato digital e em papel.
No final da reunião com o presidente da Assembleia da República, o ministro das Finanças disse aos jornalistas que esta é uma proposta de Orçamento do Estado "boa para os portugueses, sem austeridade e responsável".
Para João Leão, será difícil perceber um eventual chumbo deste Orçamento do Estado.
Este é o primeiro Orçamento do Estado de João Leão, que substituiu Mário Centeno na pasta das Finanças.
A proposta de Orçamento do Estado para 2021 será votada na generalidade no próximo dia 28 e ainda não tem aprovação garantida. As negociações entre o Governo e os partidos de esquerda vão prosseguir nas próximas semanas.
A conferência de imprensa para apresentação pública da proposta de Orçamento do Estado para 2021 está marcada para terça-feira, pelas 9h00, no salão nobre do Ministério das Finanças.
A proposta de Orçamento do Estado para 2021 agora entregue na Assembleia da República, que não tem ainda assegurado um princípio de acordo com o Bloco de Esquerda ou com o PCP para a sua viabilização, aponta para uma recuperação da economia portuguesa na ordem dos 5,4%, após uma quebra na ordem dos 8,5% este ano.
O défice no próximo ano, de acordo com as projeções apresentadas pelo executivo aos partidos, deverá atingir os 4,3% em 2021, ficando em 7,3% em 2020.
Para procurar responder a uma exigência do Bloco de Esquerda, a proposta de Orçamento, cuja votação na generalidade está marcada para o próximo dia 28, não contempla qualquer verba para injetar no Novo Banco. Em alternativa, serão bancos como a Caixa Geral de Depósitos), BCP, Santander e BPI a financiarem o fundo de resolução, à margem do Orçamento do Estado.
Em matéria de prestações sociais, prevê-se na proposta do Governo um aumento até 10 euros a pagar em agosto para as pensões mais baixas, sendo ainda criado um novo apoio social que terá um custo de cerca de 450 milhões euros. Este novo apoio social deverá abranger 170 mil as pessoas, tendo em vista garantir que os rendimentos dos cidadãos não ficam abaixo dos 502 euros do atual limiar da pobreza, e terá ainda a novidade de abarcar parte dos denominados trabalhadores independentes.
Também para procurar responder às exigências do Bloco de Esquerda, o Governo promete avançar com a contratação de 261 profissionais para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e 4200 para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2021, os profissionais de saúde que trabalhem em áreas dedicadas à covid-19 vão receber um subsídio extraordinário de risco no valor máximo de 219 euros.
Na proposta de Orçamento, prevê-se ainda que o IVA pago pelos consumidores com alojamento, cultura e restauração realizadas durante um trimestre vai poder ser descontado nos consumos realizados nestes mesmos setores durante o trimestre seguinte. Por outro lado, o IVA pago com atividades desportivas e em ginásios vai passar a ser descontado parcialmente no IRS em moldes semelhantes à dedução que atualmente é conferida aos gastos em restaurantes, oficinas, cabeleireiros e veterinários.
Pela proposta do Governo de Orçamento, as freguesias vão dispor de 237 milhões de euros no próximo ano, mais 8,7 milhões de euros do que este ano, e os municípios irão receber 2,3 mil milhões de euros através do Fundo de Equilíbrio Financeiro, mais 180 milhões do que em 2020.