Movimento Antinuclear espera uma atitude de Marcelo sobre Almaraz
08-02-2017 - 21:46
 • Henrique Cunha

Presidente da República desloca-se esta quinta-feira a Madrid para participar no XI encontro da Cotec Europa. Pode ser uma oportunidade para manifestar a preocupação em relação à central nuclear a 100 quilómetros da fronteira.

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O Presidente da República está preocupado com a central nuclear de Almaraz e “encontrará a forma mais adequada de continuar a transmitir ao rei de Espanha a preocupação do Governo português e da sociedade portuguesa”, afirma o coordenador do Movimento Ibérico Antinuclear.

António Eloy foi recebido, terça-feira, na Presidência da República pelo assessor diplomático de Marcelo Rebelo de Sousa, de quem ouviu o sentimento de preocupação do Presidente.

“O que nos foi transmitido é que o Presidente da República está preocupado com esta situação e estou certo que, conhecendo o professor Marcelo Rebelo de Sousa – e sabendo que é uma pessoa que não gosta de deixar chover no molhado sem tomar uma atitude – certamente ele encontrará a forma mais adequada de continuar a transmitir ao rei de Espanha a preocupação do Governo português, da sociedade portuguesa”, afirma António Eloy, em declarações à Renascença.

O Presidente da República desloca-se esta quinta-feira a Madrid para participar no XI encontro da Cotec Europa.

O coordenador do Movimento Ibérico Antinuclear não sabe se Marcelo Rebelo de Sousa vai aproveitar o momento para voltar à questão da central de Almaraz, mas defende que o tema tem de sair da esfera do Ministério do Ambiente e passar para a um nível superior.

“Esta discussão sobre Almaraz tem de passar do nível do Ministério do Ambiente, onde está encalacrada, para o nível do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e mesmo para nível das relações entre governos e entre primeiros-ministros.”

Esta quarta-feira, o Conselho de Segurança Nuclear de Espanha deu parecer positivo à reabertura da central nuclear de Garoña, em Burgos, encerrada desde 2012 por falta de condições de segurança.

Na opinião de António Eloy, o objectivo é abrir uma janela de oportunidade para manter a actividade da central de Almaraz.

“Garoña não irá iniciar o seu funcionamento e esta resolução do Conselho de Segurança Nuclear dá a indicação de que Almaraz possa continuar a sua actividade”, sublinha o coordenador do Movimento Ibérico Antinuclear.