A indigitada secretária-geral do Sistema de Informações da República (SIRP) admitiu que Portugal “não está imune a actos terroristas” e definiu como uma das suas prioridades a “luta contra o terrorismo internacional”.
Durante uma audição com as comissões de Assuntos Constitucionais e da Defesa Nacional, no parlamento, na segunda-feira, Graça Mira Gomes afirmou confiar nos serviços e nos seus quadros para esta missão e prioridade estratégia, “se vier a ser nomeada” para o cargo.
“Nenhum país está imune a estes actos terroristas. Ninguém poderá garantir que em Portugal não se verificarão actos violentes desta natureza ou que não venha a ser utilizado para preparação ou fuga de terroristas”, afirmou a embaixadora nomeada pelo Governo, sem o apoio do maior partido da oposição, o PSD, recordando os últimos ataques na Europa, em Espanha ou no Reino Unido.
Outras prioridades defendidas por Graça Mira Gomes são a prevenção de actos espionagem e sabotagem, combate à criminalidade internacional organizada, narcotráfico ou o tráfego de seres humanos, a ciber-segurança e o combate à proliferação de armas de destruição massiva.
Internamente, a indigitada secretária-geral do SIRP, que coordena o trabalho do Serviço de Informações de Segurança (SIS) e Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), evitou responder à pergunta sobre uma eventual fusão.
No entanto, defendeu uma cooperação com a Assembleia da República, que elege o conselho de fiscalização, e que os serviços devem também cooperar com as Forças Armadas na troca de informações.
Ainda ao nível interno, a embaixadora, que disse estar orgulhosa por ter sido escolhida a primeira diplomata e mulher no cargo, pediu para que não se encarem “os gastos nos serviços de informações como despesa, mas sim como um investimento”.
“[É] um investimento na segurança, na defesa dos cidadãos, na protecção dos interesses nacionais, na defesa do Estado de direito””, afirmou.
A nova secretária-geral do SIRP exercia funções de embaixadora portuguesa junto da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, cargo que ocupa desde 2015 e, nessa qualidade, presidiu em 2016 ao Fórum para a Cooperação na Segurança e à Comissão Consultiva e ao Tratado "Open Skies".