Por cada pessoa que cai na pobreza extrema, há cinco que se livram deste flagelo. É o que dizem os números do site World Poverty, que acompanha a evolução da pobreza extrema em tempo real.
Os dados parecem ir ao encontro dos do Banco Mundial que, em meados do mês passado, confirmava que há menos pessoas em situação de pobreza extrema. A notícia menos boa é de que essa diminuição está a acontecer a um ritmo cada vez mais lento.
Em 1990, uma em cada três pessoas no mundo vivia em situação de pobreza extrema. Em 2015, o número baixou para uma em cada dez. Nesse quarto de século, mais de mil milhões de pessoas deixaram de viver com menos de 1,90 dólares por dia.
Contudo, entre 2013 e 2015, a queda foi menos intensa, o que leva o Banco Mundial a prever que - caso se mantenha esta tendência - será mais difícil erradicar a pobreza extrema até 2030, que é logo o primeiro dos 17 objetivos das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável.
A pouco mais de dois meses do final do ano, 2018 deverá terminar com 8,6% da população mundial em situação de pobreza extrema. É a percentagem mais baixa de sempre.
Só que, apesar dos progressos evidentes, há sítios onde tudo parece ter estagnado. É o caso dos países que, ora são afetados por conflitos, ora estão a braços com a instabilidade política, económica ou social. Ou são países tão grandes, onde o contraste entre muito ricos e muito pobres é quase um atentado ao pudor.
Por exemplo, 40% da população da África Subsaariana é extremamente pobre. É possível que a percentagem se mantenha nos dois dígitos até 2030.
Na América Latina e nas Caraíbas, há 26 milhões de pessoas que ainda vivem abaixo do limiar da pobreza extrema. Correspondem a 4% da população.
Neste momento, o site World Poverty estima que, em tudo o mundo, haja 1,1 pessoas por segundo a deixar a pobreza extrema. Para que os objetivos da Nações Unidas se cumprissem em 2030, seria necessário acelerar o ritmo para 1,6 pessoas por segundo.