O Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) designou esta sexta-feira o líder checheno, Ramzan Kadirov, e dois seus assessores como "suspeitos" de crimes de guerra, durante a invasão da Ucrânia.
Kadirov e as suas forças serviram, desde o início da invasão, em fevereiro, como tropas de apoio para parte relevante das forças russas nas frentes de conflito, como Mariupol ou Severodonetsk.
Em comunicado hoje divulgado, o SBU garante que tem "provas irrefutáveis" de que Kadirov "dirigiu pessoalmente o desenvolvimento e planeamento de operações militares" nessas regiões.
Os serviços ucranianos também estão a investigar o vice-chefe do Serviço Federal da Guarda Nacional Russa para a República da Chechénia, Danil Martinov, responsável pela segurança pessoal de Kadirov.
Martinov é suspeito de, em 05 de março, ter ordenado a tomada de quase 500 pessoas como reféns numa clínica de internato em Borodiansk, incluindo pacientes, funcionários e habitantes locais.
Um terceiro suspeito é o comandante de um batalhão motorizado da Guarda Nacional da Federação Russa, Husein Mezhidov, a quem os serviços ucranianos culpam de crimes de guerra pelo uso como "escudos humanos" de quase 200 habitantes da cidade de Gostomel.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.