É um objetivo traçado desde o início: a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que se realiza na primeira semana de agosto entre Lisboa e Loures, pretende ser a mais sustentável de sempre.
Para alcançar este objetivo, a organização e parceiros ponderam o impacto de tudo o que é visível, por exemplo, nos milhares de kits de peregrinos que vão ser distribuídos que terão o mínimo de plástico possível. Os voluntários também vão ter formação para orientar os peregrinos sobre as regras portuguesas de reciclagem e nos vários pontos da organização estão instalados ecopontos.
Estas são algumas das ações, mas a maior é o incentivo à plantação de árvores que já começou em dezembro passado e vai ser prolongada até agosto do próximo ano.
“Neste momento estamos perto das 18 mil árvores plantadas, um pouco por todo o mundo. Temos registos de plantações em Portugal, maioritariamente, em Espanha, na Austrália, em Angola, Guiné Equatorial, no Brasil”, explica à Renascença Carmo Diniz, responsável pela área da sustentabilidade na organização da JMJ.
Por agora contam-se 18 mil e não há uma estimativa ou meta definida nesta matéria. “Quantas mais melhor para todos”, sublinha Carmo Diniz.
As árvores tanto podem ser pessoas singulares que plantam uma ou duas árvores, preferencialmente espécies autóctones, como projetos com centenas de árvores. Questionada sobre quem fica com a responsabilidade acompanhar a manutenção dos projetos, Carmo Diniz explica que fica à responsabilidade de quem planta.
Carmo Diniz que a plantação de árvores é um pedido particular do Papa Francisco que “na encíclica ‘Laudato si’, especificamente no ponto 211, pede para nós plantarmos árvores”.
“Sabemos que a plantação de árvores pode fazer uma grande mudança, pode provocar uma grande mudança na construção dos ecossistemas, do abrigo para os animais, no alimento para as pessoas”, descreve.
Durante os dias da JMJ, os peregrinos são desafiados a controlar e minimizar o impacto ambiental da sua participação. Para isso, a aplicação oficial Lisboa 2023 traz uma calculadora que permite calcular a pegada carbónica.
“O principal objetivo é que os peregrinos tomem consciência de que as suas ações fazem a diferença, seja no acréscimo ou no decréscimo da pegada ecológica”, explica.
Esta é, aliás, outra herança que a organização da JMJ pretende que fique: que os peregrinos levem para a sua vida pós Jornada a noção que podem e devem cuidar da casa comum.
“Isto é uma ação também de sensibilização para os jovens que se aplica agora e que se aplica no futuro. O facto de eu saber que os meus comportamentos afetam a marca que eu deixo na minha casa comum”, remata.