As forças armadas da Ucrânia libertaram mais de 600 localidades da ocupação russa num mês, incluindo 75 na região de Kherson, avançou o Ministério da Reintegração dos Territórios Temporários Ocupados.
Cerca de 502 localidades foram libertadas na região nordeste de Kharkiv, enquanto 43 localidades foram libertadas em Donetsk e sete em Lugansk.
“A área dos territórios libertados aumentou significativamente”, conclui o ministério em comunicado.
As atividades nos territórios desocupados foram retomadas, tendo a Ucrânia organizado tanto a entrega de pensões como a prestação de assistência financeira única às pessoas. Todos os que sobreviveram à ocupação recebem uma ajuda única de UAH 1200 da Sociedade da Cruz Vermelha Ucraniana (cerca de 33 euros).
A evacuação dos territórios recentemente desocupados continua, onde será extremamente difícil viver este Inverno. Os sistemas de apoio ainda não estão totalmente operacionais e algumas cidades e aldeias ainda carecem de eletricidade, água e calor. Há também uma parte do território que precisa de ser desminada.
A Rússia vai ajudar a organizar a retirada de civis da zona de Kherson, no sul da Ucrânia, após um pedido da administração russa de ocupação na região, perante a contra-ofensiva das forças de Kiev.
Há várias semanas, o exército ucraniano tem realizado uma contra-ofensiva neste território no sul da Ucrânia, anexado por Moscovo no final de setembro, reclamando a recaptura de uma zona com mais de 400 quilómetros quadrados.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.