A compra de Bruno Fernandes à Sampdoria, em 2017, e a venda ao Manchester United, em 2020, são dois dos negócios do Sporting sob investigação da Autoridade Tributária (AT), no âmbito da "Operação Fora de Jogo", conforme avança o jornal "Expresso", esta sexta-feira.
O médio internacional português, de 25 anos, que em janeiro rumou ao Manchester United, por 55 milhões de euros, foi contratado pelo Sporting à Sampdoria, em julho de 2017, a troco de 8,5 milhões de euros. De acordo com a referida fonte, a AT procura obter informações sobre o agente de Bruno Fernandes, Luís Miguel Gonçalves Pinho.
Não só as transferência de Bruno Fernandes estão, alegadamente, a ser investigadas. Também Raphinha (contratado ao Vitória de Guimarães em 2018 e vendido ao Rennes em 2019), Téo Gutiérrez (chegou do River Plate em 2015, emprestado mais tarde ao Rosario Central e vendido ao Junior Barranquilla em 2017), e Bruma (vendido ao Galatasaray em 2013) estarão sob a lupa da denominada "Operação Fora de Jogo".
Explica o "Expresso" que as autoridades suspeitam que podem ter sido feitos pagamentos a intermediários a agentes cujos beneficiários finais foram os jogadores. O objetivo desse truque seria diminuir a tributação fiscal do atleta, assim como a despesa de quem paga a transferência.
Isto implica não só os jogadores, como os seus agentes. Luís Miguel Gonçalves Pinho no caso de Bruno Fernandes, o antigo internacional português Deco no de Raphinha, Alberto Fochi Moreno no de Téo Gutiérrez e um conjunto de agências e empresários ligados a Bruma.
Contexto da "Operação Fora de Jogo"
Na quarta-feira, a "Operação Fora de Jogo" constituiu vários arguidos, na sequência do cumprimento de 76 mandados de busca. Um dos arguidos é o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho segundo o próprio.
De acordo com o "Record", os presidentes de Benfica, FC Porto e Sporting, Luís Filipe Vieira, Pinto da Costa e Frederico Varandas, respetivamente, também foram constituídos arguidos. O "Expresso" acrescenta Jorge Mendes, presidente da Gestifute e agente de Cristiano Ronaldo e José Mourinho, entre outros treinadores e jogadores de alto perfil, à lista.
Na altura, a SAD do Sporting emitiu um comunicado, a confirmar que tinham sido realizadas buscas às suas instalações, e garantiram estar a colaborar com as autoridades, "em prol de uma maior verdade desportiva e transparência, contribuindo para a dignificação do futebol português".