João Rendeiro vai continuar detido na África do Sul, depois de a justiça sul-africana ter negado, esta manhã, a fiança ao antigo banqueiro.
À Renascença, Tiago Caiado Guerreiro fala de uma decisão correta.
“Parece-me uma decisão acertada”, diz o advogado, considerando que “como já houve a fuga de Portugal, perante um processo judicial a que ele está sujeito, o mesmo iria provavelmente acontecer na África Sul”.
“Com base nisso, manter a prisão até dia 10 de janeiro, parece-me lógica e daí para a frente, provavelmente, depois ser permitida a extradição para Portugal”, acrescenta.
Um dos argumentos utilizados pelo juiz sul-africano Rajesh Parshotam foi o de não querer fazer da África do Sul um santuário para fugitivos. Um argumento compreensível para Tiago Caiado Guerreiro.
O advogado explica tratar-se de “um caso de elevado perfil”, argumentando que existindo “uma fuga ou um tratamento mais leviano dará uma imagem negativa da África do Sul”, uma vez que é “um caso com um perfil bastante elevado”.
“É como se fosse um caso de corrupção ou qualquer outro crime associado que tenha um certo grau de gravidade. A negligência ou falta de cuidado do referido caso daria uma má imagem, eu acho péssima, relativamente à África do Sul onde há uma enorme comunidade de portugueses”, conclui.
O magistrado sul-africano confirmou que a justiça sul-africana ainda não recebeu qualquer pedido de extradição das autoridades portuguesas.
Durante a sua intervenção garantiu a segurança do arguido e diz não ser verdade que no país as prisões não tenham condições dignas.