Bispos de países lusófonos manifestaram-se solidários com o povo afetado pelo terrorismo em Cabo Delgado, pedindo à comunidade internacional para que não se esqueça desta guerra, indica uma nota dos religiosos após uma reunião no Norte de Moçambique.
"Manifestamos, em particular, a nossa profunda dor e solidariedade para com o povo de Cabo Delgado que, desde 2017, tem sido vítima de bárbaros atos de violência", indica a nota enviada esta terça-feira à Lusa.
No documento, os bispos dos países lusófonos condenam as incursões, apelando para que o mundo não se esqueça do sofrimento do povo da província do norte de Moçambique.
"Condenamos veementemente tais atos e exortamos a comunidade internacional a não esquecer esta guerra", frisaram os bispos, enaltecendo a necessidade de um plano de emergência internacional para ajudar as populações deslocadas.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
Subordinado ao lema "A Igreja e a construção da Paz", o 15.º Encontro de Bispos dos Países Lusófonos decorreu entre 1 e 5 de fevereiro na província de Nampula, no norte do país, juntando bispos de Angola, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Moçambique.