A Região Demarcada do Douro prevê para a vindima deste ano uma produção entre as 198 mil e as 224 mil pipas de vinho, o que representará, face à produção declarada no ano passado (278 mil pipas) “uma quebra significativa”.
As previsões são da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), baseadas no método de pólen recolhido na fase de floração da videira, entre maio e junho, nas três sub-regiões do Douro – Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior.
A diretora-geral da ADVID, Rosa Amador, explica que “logo no início do ciclo verificou-se que os cachos que apareceram foram substancialmente menos”, tendo-se registado também numa “fase inicial ataques de míldio”.
Em junho e julho foram também verificadas algumas situações de escaldão, principalmente na zona do Baixo Corgo, devido às temperaturas altas que se fizeram sentir.
Rosa Amador considera que este “é um ano não muito fácil, porque vai haver menos produção e há maiores custos de produção devido à necessidade de intervir mais a nível fitossanitário”.
A responsável alerta que as previsões podem sofrer alterações, dependendo das condições climáticas até à vindima.
“Estamos a assistir a temperaturas muito elevadas. Tudo depende de como vão decorrer as condições climáticas, se vai haver mais alguma água, se vamos continuar nesta situação de tanto calor que pode novamente originar condições para que haja novamente o escaldão”, reitera a diretora-geral da ADVID.
A previsão para a vindima de 2020 é inferior à média dos últimos seis anos, que ronda as 235 mil pipas de vinho.
As previsões de vindima são um dos parâmetros avaliados pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para definir o benefício, ou seja, a quantidade de mosto que cada produtor pode transformar em vinho do Porto.
O benefício deverá ser fixado ainda este mês pelo interprofissional e é uma importante fonte de receita para os produtores do Douro.