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A Associação Nacional de Restaurantes (PROVAR) antevê um cenário negro para o setor da restauração, caso o Governo reforce as restrições já no período de Natal e Ano Novo.
À Renascença, o representante da associação, Daniel Serra, avança que há estabelecimentos que correm o risco de encerrar.
“Vai colocar ainda mais dificuldade a um setor que já acumula grandes perdas, que está sobreendividado, não tem apoios, não tem grande perspetiva futura”, refere Daniel Serra, acrescentando que estão a “prever uma operação muito lenta no futuro e encerramento de muitas empresas e a dispensa de trabalhadores também”.
“É um cenário negro para o setor”, sintetiza.
O presidente da PROVAR diz ainda que a possibilidade de encerrar ou limitar a ocupção dos restaurantes para combater a propagação da Covid-19 é contraditória, realçando que as famílias e os grupos de amigos vão sempre optar por se reunir em casa.
“A colocação de restrições de maior nos restaurantes será contraproducente porque, no nosso entender como aconteceu o ano passado, muitos dos clientes irão transferir-se de locais seguros e controlados, como são os restaurantes, para habitações de amigos e familiares, sem os devidos cuidados”, afirma
O Governo vai definir esta terça-feira, em reunião do Conselho de Ministros, que ainda decorre, mais medidas de combate à pandemia.
A Renascença sabe que o executivo vai alargar o período de contenção que deve começar já a seguir ao Natal, ou seja, na próxima segunda-feira, dia 27 de dezembro.
Esta segunda-feira, à Renascença, a pneumologista Raquel Duarte defendeu a adoção de medidas preventivas que evitem a concentração de pessoas em locais onde se pode estar sem máscaras, tendo em conta a rápida subida do número de casos de Covid-19.
Também o imunologista Miguel Prudêncio, do Instituto de
Medicina Molecular, considerou importante o encerramento ou uma forte limitação
do acesso a espaços de diversão noturna e a eventos de grande concentração,
como jogos de futebol,
durante a época das festas.
No fim de semana, através do Twiter, também André Peralta Santos, antigo diretor de serviços de Informação e Análise da DGS, defendeu que Portugal está a cometer os mesmos erros do Natal passado, ao adiar uma decisão sobre o reforço das medidas de combate à Covid-19, no contexto da nova variante Ómicron.
O especialista alertou que Portugal “muito provavelmente” terá uma explosão de casos “na próxima semana, 20 a 26 dezembro”.