Algumas de dezenas de habitantes da ilha da Culatra manifestaram-se junto à escola básica local para chamar a atenção para a falta de serviços básicos de água e luz.
“O que nos vale é os que têm painéis para energia, os poços, mas não temos passadeiras arranjadas, temos de pedir a amigos que nos comprem as coisas e tragam. Estamos abandonados quando os outros têm tudo”, reclama uma habitante ouvida pela RTP.
O núcleo de hangares é, dos três da ilha da Culatra, o único ainda não devidamente reconhecido pelo Estado. Os habitantes pedem há anos uma revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira, que impede que as suas casas sejam reconhecidas pelo Estado – como não são reconhecidos, é difícil terem o fornecimento de serviços básicos.
O protesto começou à hora de abertura das urnas de voto e durou cerca de uma hora. Entretanto, chegou a Polícia Marítima que pediu às pessoas para dispersarem.
“Vamos embora. Sempre fomos honestos. Sempre cumprimos as regras do nosso Governo. Muito obrigada, vamos embora”, anunciou o representante da comissão de moradores.
Desde o início que o protesto era pacífico e simbólico. Os manifestantes prometeram não atrapalhar o processo eleitoral, mas quiseram fazer-se ouvir.
A Ilha da Culatra é formada pelos núcleos habitacionais da Culatra, Farol e Hangares. Neste último, há 95 residentes permanentes, segundo os últimos Censos, mas as casas não têm água canalizada, saneamento básico e eletricidade.
As urnas de voto abriram às 8h00 em todo o país e vão manter-se abertas até às 20h00. Mais de nove milhões de eleitores são chamados a escolher os próximos autarcas.
No sábado à noite, numa mensagem televisiva, o Presidente da República apelou ao voto. Na opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, estas são as eleições que marcam a saída da crise.