O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) reúne, esta terça-feira, com António Costa, onde estarão também presentes, José Manuel Lourenço, presidente do comité paralímpico, e Carlos Cardoso, presidente da Confederação do Desporto de Portugal.
Em entrevista à Renascença, José Manuel Constantino explica que vai manifestar ao primeiro-ministro que "a primeira e a principal preocupação das federações é a garantia de retomar em segurança as atividades desportivas".
"Essa é a questão chave que mobiliza todos os agentes desportivos e estou certo que mobiliza também as organizações governamentais. A segunda é garantir sustentabilidade ao modelo desportivo, garantindo o emprego desportivo e garantido liquidez às organizações desportivas, que devido à paragem não têm condições para durante muito tempo poderem manter as suas atividades logo que elas possam ser retomadas”, revela.
Do Governo, o presidente do COP espera “ouvir a garantia da manutenção da preocupação com o setor desportivo". "A sua atenção, a sua mobilização e o seu cuidado, no sentido de encontrar as melhores soluções, ouvindo os diferentes parceiros, para que rapidamente se possa encontrar uma solução, que, porventura, não será uma solução definitiva, será sempre uma solução mitigada, mas que possa reduzir a situação de paralização que as atividades desportivas estiveram sujeitas”, defende.
A indispensável presença de público
Nesta entrevista a Bola Branca, José Manuel Constantino assinala que o desporto sem público não faz sentido. "O público é um elemento essencial", concretiza, "não apenas do ponto de vista da receita que daí resulta, mas do ponto de visto da própria natureza do espetáculo desportivo".
Apesar disso, e ajustando a sua posição às circunstâncias atuais, determinadas pela pandemia de Covid-19, o presidente do COP entende que "é preciso limitar essa participação, o que é complexo, designadamente naquelas manifestações desportivas que mobilizam uma elevada participação das pessoas, como por exemplo no futebol”.
Sobre os Jogos Olímpicos em 2021, cuja realização já foi colocada em causa por um médico japonês, Constantino não valoriza e mostra esperança que a atividade desportiva volte à normalidade a tempo das olimpíadas.
“Nestas circunstâncias diz-se muita coisa. Também já ouvi opiniões de outros médicos em sentido contrário. Devemos estar atentos, devemos estar sobretudo preocupadaos, devemos olhar para este fenomeno com muita dúvida, porque todos os dias há novos dados, que alteram os dados dos dias anteriores, mas atambém com a esperança que as organizaçãoe médicas, cientificas e governamentais, saberão encontrar as melhores soluções para que o efeito pandémico seja superado, e as pessoas possam retomar a sua normalidade”, conclui.
Devido à pandemia de Covid-19, o Comité Olímpico Internacional adiou os Jogos de Tóquio, agendados para 2020, para 2021.