Durante um debate na assembleia, esta manhã, sobre o atual estado do Serviço Nacional de Saúde por iniciativa do PSD, Ricardo Batista Leite diz que o Governo falhou nesta área e deu números.
“O modelo de gestão socialista falhou. Por isso, afirmamos de forma clara que o atual modelo de gestão e financiamento do SNS está errado e tem de mudar”, defendeu.
O deputado garante haver milhares de portugueses que aguardam por uma consulta ou uma cirurgia, assumindo o compromisso de que, se o PSD for Governo, assumirá como prioridade “reformar o SNS e o sistema de saúde como um todo”.
Estas reformas passam pela implementação imediata de "medidas de emergência" que respondam às necessidades dos doentes. "Com o PSD, todos os portugueses que hoje não têm acesso a um médico de família, terão acesso imediato a um médico assistente", assegurou.
O deputado social-democrata apontou que todos os doentes terão "acesso imediato" a consultas, cirurgias e exames, após estarem nas listas de espera para lá do tempo "clinicamente aceitável".
Baptista Leite assegurou ainda que "todos os doentes com doença comprovada terão acesso imediato, sem burocracias, aos atestados multiusos a que têm direito e aos consequentes apoios sociais", e prometeu "prioridade imediata" ao acesso a cuidados paliativos. Além destas medidas de emergência, "um Governo do PSD implementará em simultâneo as tão necessárias reformas estruturais do SNS", acrescentou.
"Um ministro da Saúde não pode limitar-se a ser um mero contabilista que enumera quantas consultas e cirurgias se realizam a cada ano no SNS", criticou.
O deputado do PSD defendeu a necessidade de "um novo modelo de financiamento que incentive e premeie profissionais e instituições que melhoram os indicadores de saúde e a qualidade de vida dos doentes".
Ministra fala em obra feita e PS avança com 17 perguntas
Marta Temido disse que nos últimos seis anos, o SNS conta com mais 148 mil profissionais que agora tem estabilidade e melhores salários. “Na sua maioria têm um período normal de trabalho de 35 horas e têm perspetivas de progressão nas carreiras. Aliás, foi hoje publicada a abertura de concurso para promoção de carreiras abrangendo mais de dois mil profissionais.”
Um debate que continua com quase 20 deputados do Partido Socialista a questionar o deputado do PSD.
“Só me recordo de 17 perguntas dirigidas ao ministro ou ao primeiro-ministro, já estão a treinar, fazem bem em ensaiar a mudança. Preparem-se para ser oposição”, ironizou Baptista Leite.
As questões socialistas passaram por recordar as realizações do Governo socialista em vários distritos na área da saúde, com o deputado Tiago Barbosa Ribeiro a estranhar que o deputado do PSD não se tenha referido ao novo centro pediátrico do Hospital de São João, que já começou a receber as primeiras crianças.
“Vale a pena perguntar se foi por esquecimento que não falou neste ou se está à espera da campanha para ir visitar esta obra”, criticou.
Ascenso Simões acusou Batista Leite de ter “pintado um quadro negro” sobre o setor da saúde, quando “é o PSD que está completamente negro”, e fez questão de repetir o número de enfermeiros contratados para o Hospital de Vila Real: “300, 300, 300, 300”.
Na resposta coletiva às muitas perguntas, Baptista Leite considerou que o PS fez “uma brincadeirinha” e acusou a bancada socialista de parecer “um spa”, em que os deputados vieram “massajar os egos uns aos outros”, o que mereceu protestos por parte do PS.
O deputado do PSD Maló de Abreu acrescentou que a ministra da Saúde precisou de “uma guarda pretoriana de 17 perguntas quase infantis”, ironizando que “desde Aljubarrota que não via uma tal desproporção de forças”.