O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro evitou esta sexta-feira quaisquer perguntas relacionadas com uma possível candidatura à liderança dos social-democratas.
Confrontado pelos jornalistas em Aveiro, no final da sessão de apresentação da candidatura de Emídio Sousa à presidência da Distrital do PSD, Montenegro limitou-se a expressar apoio ao presidente da Câmara de Santa Maria da Feira e líder da concelhia.
“O que eu concordo é que o Emídio Sousa seja o presidente da Distrital de Aveiro e não lhe quero roubar o protagonismo deste dia. Este dia é o dia dele, não é o meu”, disse o espinhense, que tem sido um dos nomes mais falados para suceder a Rui Rio na liderança do PSD.
Além de Montenegro, Emídio Sousa conta ainda com o apoio do atual líder distrital, Salvador Malheiro, que não pode recandidatar-se por limitação de mandatos, e do presidente da Câmara de Aveiro, Ribau Esteves.
No seu discurso, Emídio Sousa defendeu que o partido precisa de refletir, após a derrota nas eleições legislativas, afirmando que nos últimos anos têm perdido a "capacidade de inovar" para o Bloco de Esquerda e para a Iniciativa Liberal.
“O PSD tem que perceber isto, porque se não conseguirmos perceber isto corremos o risco de definhar. O que aconteceu ao CDS não acontecerá a nós tão rápido, mas também pode acontecer”, avisou.
O candidato anteviu ainda que o PSD vai ter um “período difícil” nos próximos anos, mas mostrou-se confiante de que a esquerda e o PS “vão cair no erro do eu quero, posso e mando”, notando ainda que “há um grande desgaste”.
“Se repararem, nestes seis anos, o PS já cometeu muitos erros que talvez não tenhamos sido capazes de explorar melhor, mas isso vai acontecer e vai ser cada vez mais acentuado”, afirmou.
As eleições para a Distrital de Aveiro do PSD ainda não têm data marcada, sendo previsível que possam ocorrer após 30 de março, quando termina o mandato de Salvador Malheiro.