Portugal pode acolher refugiados sírios da Turquia
01-03-2020 - 17:13

Segundo a Organização Internacional para as Migrações, cerca de 13 mil pessoas abandonaram o território turco com destino à Grécia, pais que se recusa a abrir-lhes as suas portas, prometendo reforçar o controlo das fronteiras e recorrendo ao gás lacrimogéneo para repelir as centenas de famílias que tentam chegar à Europa através do seu território.

A Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) mostrou-se este domingo disponível para acolher refugiados sírios que se encontram na Turquia e apela ao Governo para que seja aplicado o acordo bilateral com a Grécia.

A PAR mostra-se, desde já, disponível a acolher "os requerentes de asilo e refugiados que se encontrem em território grego e a colaborar com o governo português na identificação de obstáculos e no reforço da capacidade de acolhimento portuguesa”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.

A Plataforma esta preocupada com a atual situação política vivida na Turquia, país que acolhe no seu território cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios e que, na sexta-feira, “decidiu abrir as suas fronteiras a estes refugiados com destino à Europa”. Esta situação, refere a nota, “poderá vir agravar a já frágil situação humanitária vivida na Grécia, em especial nas ilhas gregas de Lesbos, Quios Samos e Kos, onde mais de 56 mil pessoas aguardam uma resposta ao seu pedido de Asilo.

Considera a PAR ser “absolutamente urgente” que Portugal reforce a sua capacidade de acolhimento para que possa receber mais refugiados e garantir-lhes uma resposta rápida e digna, podendo isso ser feito através do .Acordo Bilateral assinado em Portugal e a Grécia. “A PAR apela assim, mais uma vez, à efetiva transferência de requerentes e beneficiários de asilo ao abrigo do Acordo Bilateral - assinado em março de 2019 entre o governo português e o governo grego – para Portugal, onde sejam tratados como pessoas e encontrem a Paz e a estabilidade que merecem e procuram”, apela-se no documento.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 13 mil pessoas abandonaram o território turco com destino à Grécia, pais que se recusa a abrir-lhes as suas portas, prometendo reforçar o controlo das fronteiras e recorrendo ao gás lacrimogéneo para repelir as centenas de famílias que tentam chegar à Europa através do seu território.

A PAR ressalva que há famílias acompanhadas de menores e em situação de particular vulnerabilidade, que fogem de perseguições ou que procuram Paz que o seu país não lhes consegue garantir e critica a ausência de uma “resposta europeia concertada à recolocação destas pessoas em território grego pelo espaço comunitário”.

Cerca de 13 mil pessoas estavam no sábado junto da fronteira greco-turca após o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ter aberto as fronteiras para deixar passar migrantes e refugiados para a Europa, segundo a OIM. O Presidente da Turquia abriu as fronteiras com a Europa para a passagem de migrantes e refugiados, adiantando que nas próximas horas entre 25 mil e 30 mil pessoas podem tentar chegar à Grécia. A Turquia alberga atualmente 3.5 milhões de refugiados sírios e centenas de migrantes e refugiados da Ásia, África e Médio Oriente usam o país como ponto de trânsito para alcançar a Europa através da Grécia.