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O deputado Ricardo Batista Leite do PSD adiantou, esta quinta-feira, que o Governo vai estudar a possibilidade de adiar, na região de Lisboa e Vale do Tejo, a aplicação de algumas das medidas previstas no âmbito da terceira fase de desconfinamento. De acordo com o boletim epidemiológico desta quinta-feira, 87% dos novos casos registados nas últimas 24 horas ocorreram nesta região.
"Lisboa e Vale do Tejo é a única região do país onde não se verifica uma descida contínua do número de óbitos, há aliás uma ligeira inversão da curva", esclareceu.
“Neste momento, a vigilância epidemiológica é de fundamental importância, assim como eventualmente, para esta região ou pelo menos para alguns dos concelhos, considerar-se o atrasar das medidas prevista para dia 1 de junho é algo que tem de ser debatido e foi assumido por parte do Governo que essa reflexão será feita antes do Conselho de Ministros de amanhã [sexta-feira]”, afirmou o social-democrata.
Batista Leite falava aos jornalistas no final de mais um encontro com sobre a "situação epidemiológica da covid-19 em Portugal", o sétimo desde o início da pandemia, em março, e indicou que alguns concelhos desta região estão a causar preocupação relativamente ao número de novos casos.
Questionado se se trata de uma reabertura do país por regiões, a duas velocidades, o deputado do PSD respondeu que “o Governo disse que iria ponderar eventualmente uma resposta diferenciada para a região de Lisboa, mas não foi taxativo nessa resposta”.
Batista Leite adiantou, ainda, que "nas últimas duas semanas 40% das pessoas que precisavam de urgências hospitalares não foram aos hospitais por medo".
Esta é a sétima reunião deste género, com especialistas, Presidente, Governo, líderes partidários e parceiros sociais, e na qual foram apresentados e analisados os dados relativos às primeiras duas fases de desconfinamento, um dia antes do Conselho de Ministros se reunir para decidir sobre a terceira fase de reabertura, prevista para dia 1 de junho.
No final da reunião no Infarmed, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou-se preocupado com "evolução recente" da pandemia de Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo.
A visão global em Portugal "é positiva", mas há "preocupação em relação a evolução recente em Lisboa e Vale do Tejo", declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
"Não se pode falar de descontrolo na região Lisboa e Vale do Tejo, há surtos localizados, conhecidos, com cadeias de transmissão que estão a ser acompanhados e com a preocupação de prevenir", sublinhou o Presidente da República.
Governo remete posição para o Conselho de Ministros de sexta-feira
O Ministério da Saúde não confirma que esteja a ser estudada a hipótese de um desconfinamento diferente para a região de Lisboa e Vale do Tejo.
Na conferência de imprensa diária de balanço da pandemia em Portugal, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, remeteu todas as decisões para o Conselho de Ministros de sexta-feira.
“O que o Governo tem sempre feito é, depois de uma análise e de ouvir os técnicos, é tomar decisões e medidas que, com certeza assim será feito no Conselho de Ministros de amanhã. Não tem sido nada adiado, têm sido tomadas decisões em função da proporcionalidade do surto, globalmente com uma apreciação e avaliação que é positiva. Não vou comentar essas declarações, apenas remeter para o Conselho de Ministros de amanhã, mas este Governo não adia nada, tenta tomar as decisões certas nos momentos certos”, disse Lacerda Sales.
A região de Lisboa e Vale do Tejo tem vários focos identificados, em algumas empresas da Azambuja e em três bairros da margem Sul, entre os quais o Jamaica.
Impedir que as pessoas se concentrem em cafés é uma das medidas admitidas pelo delegado de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval, para contrariar o aumento do número de contágios em bairros mais desfavorecidos da Grande Lisboa.
A associação de moradores de Vale de Chícharos, no Seixal, defendeu esta quarta-feira que o bairro, mais conhecido como Jamaica, deveria ser “isolado” e limitado aos moradores, responsabilizando as “pessoas que vêm de outros concelhos” pelo foco de infeção de covid-19.
O pico da Covid-19 na região de Lisboa só deverá acontecer na terceira semana de junho, face ao continuado aumento de casos de infeção. A conclusão resulta dos modelos preditivos desenvolvidos pela COTEC Portugal e pela NOVA Information Management School (NOVA IMS), da Universidade Nova de Lisboa.
Portugal regista 1.369 mortes (mais 13 que na quarta-feira) e 31.596 casos confirmados (mais 304, número mais alto desde 8 de maio e que supõe um aumento de 1%) de infeção pelo novo coronavírus, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O relatório desta quinta-feira, com dados atualizados até às 00h00 de quarta-feira, mostra uma subida de 288 no número de recuperados, para um total de 18.637, que compõe 59% dos casos confirmados. Há mais três casos ativos: sobe para 11.590.