O presidente do PSD lamenta que o Governo tenha quebrado a tradição de consenso entre as maiores forças políticas na indigitação da secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), demarcando-se deste processo.
Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas em Lisboa, à entrada para a entrega do prémio Champalimaud Visão, cerimónia presidida pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, e com a presença do primeiro-ministro, António Costa.
"O Governo optou por não ter o respaldo do maior partido da oposição [na escolha do secretário-geral do SIRP]. É a primeira vez que isso sucede, é mais uma tradição que se quebra. É lamentável que seja assim, mas é a escolha que o Governo fez", afirmou o presidente do PSD.
Perante os jornalistas, Pedro Passos Coelho disse que o primeiro-ministro o informou da escolha" da embaixadora Maria da Graça Mira Gomes para o cargo de secretária-geral do SIRP.
Ainda segundo o líder social-democrata, o primeiro-ministro foi logo informado "com antecipação de que o PSD não daria respaldo à escolha que o Governo viesse a fazer, na medida em que está bloqueado no parlamento o processo para eleição do presidente do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informação".
"Não faria sentido o PS chumbar no parlamento a proposta que fizemos em relação à pessoa que presidiria ao Conselho de Fiscalização [a vice-presidente do PSD Teresa Morais] do SIRP e depois dar apoio ao Governo para a escolha da personalidade que viria a chefiar o SIRP. Espero que seja possível o parlamento encontrar uma forma de fazer a eleição do presidente do Conselho de Fiscalização do SIRP", adiantou Pedro Passos Coelho.
Interrogado se já há consenso com o PS quanto ao nome a propor para o Conselho de Fiscalização do SIRP, Pedro Passos Coelho disse "não ter conhecimento de qualquer desenvolvimento".
"Gostaria de deixar claro que não existe da parte do PSD qualquer compromisso de aprovação do nome que o Governo apresentou" para o cargo de secretária-geral do SIRP, a embaixadora Graça Mira Gomes, disse.
No entanto, Pedro Passos Coelho fez questão de salientar que a nova secretária-geral do SIRP terá uma audição na Assembleia da República, mas sem caráter vinculativo.