O secretário-geral do PCP disse que é "inquestionável" que o país não pode ver adiadas por mais tempo medidas de emergência de combate ao custo de vida face ao agravamento da situação económica e social. .
Jerónimo de Sousa, que hoje falava numa sessão pública sobre "Aumento do Custo de Vida" na aldeia de Paio Pires, no concelho do Seixal, distrito de Setúbal, defendeu que há muito que essas medidas "deviam estar em execução pelo Governo para combater a desastrosa evolução da situação nacional".
"Está na hora de travar a especulação e controlar os preços. Está na hora de repor o poder de compra perdido pelos salários e pelas reformas. Não se pode adiar por mais tempo esta exploração desmedida do trabalho e do nosso povo que está em curso", disse.
Para o líder comunista, os problemas exigem uma resposta imediata, entre as quais um aumento intercalar do salário mínimo para 800 euros e um aumento extraordinário das pensões ainda este ano.
"Um aumento que permita repor o poder de compra perdido neste último ano, já que o que foi feito foi completamente comido pela inflação. Sim, é preciso valorizar salários e reformas, também porque a evolução da distribuição da riqueza em Portugal continua a ser demonstrativa de uma profunda injustiça social", frisou.
Jerónimo de Sousa defendeu ainda que se em matéria de combate ao aumento do custo de vida, os salários e as reformas são essenciais, esse combate exige outras urgentes medidas tais como de controlo e fixação de preços "que o PCP tem defendido e proposto".
"Não é aceitável que, perante a espiral de aumentos de preços, o Governo recuse medidas de controlo e fixação de preços", disse, salientando que "é tempo de o Governo tomar outra atitude face ao aumento escandaloso dos combustíveis, regulando os preços e fixando preços máximos".
O secretário-geral do PCP advoga ainda que é preciso garantir um controlo dos preços na energia elétrica e no gás e a reposição da taxa do IVA nos 6% nestes serviços assim como a concretização de um Cabaz Alimentar Essencial, que defina um preço de referência para cada um dos produtos, com base nos custos reais e numa margem não especulativa.
Na sessão pública apelou à luta dos trabalhadores para reforçar o combate ao aumento do custo de vida e para assegurar condições de trabalho e de vida dignas aos trabalhadores, aos reformados e aos micro e pequenos empresários.
"Da nossa parte a todos reafirmamos que podem contar com o PCP, com a solidariedade e a intervenção de uma força que tem estado e está na linha da frente pela elevação das condições de vida do povo, contra a pobreza e as desigualdades. Foi assim nestes tempos difíceis que atravessamos, será assim no presente e no futuro, quer no plano social, quer no plano político e institucional", disse.
Jerónimo de Sousa disse ainda que o combate é difícil, mas que o PCP "é a voz clara, única e impar que está claramente do lado de quem trabalha ou trabalhou", estando "sem equívocos e hesitações do lado dos trabalhadores nas horas boas e más".