O Presidente da República manifesta a intenção de se deslocar à região do Baixo Mondego nos próximos dias. Numa nota publicada nesta segunda-feira no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa garante que "tem continuado a acompanhar a situação de mau tempo que nos últimos dias assolou o país".
"Durante este fim de semana, o Presidente falou nomeadamente ao telefone com o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, a quem ligou por quatro vezes para se inteirar da evolução da situação no Baixo Mondego. O Presidente da República tenciona deslocar-se àquela região nos próximos dias", lê-se ainda na mensagem.
Já na sexta-feira, antes de partir para o Afeganistão, o chefe de Estado admitira visitar nesta semana as zonas afetadas pela depressão Elsa, afirmando que só não o poderia fazer no fim de semana, por ter "compromissos institucionais".
"Só a partir de segunda-feira à noite é que será possível ir acompanhando 'in loco' a realidade", afirmou o chefe de Estado, sem revelar então a visita às tropas portuguesas no Afeganistão, donde agora regressa.
Os efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, dia 18, provocaram dois mortos e um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução. Foram registadas mais de 11.600 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil, num balanço feito hoje às 10:00, disse que o distrito de Coimbra é aquele que ainda causa maior preocupação, apesar de o número de ocorrências ter "baixado significativamente", esperando-se a redução do leito do rio Mondego nos próximos dias.
Na noite de domingo, o presidente do município de Montemor-o-Velho disse que o talude esquerdo do leito periférico direito do Mondego colapsou, no local onde poucas horas antes tinha sido identificado um aluimento de terras.
Emílio Torrão confirmou o colapso do talude esquerdo, numa extensão de 50 metros, bem como o transbordo de água para aquele canal a partir dos campos agrícolas que estão alagados, cerca de meio quilómetro a montante da ponte das Lavandeiras, na povoação de Casal Novo do Rio.
A povoação está a ser defendida através de uma barreira de pedras e sacos de areia, ali colocada por meios da Proteção Civil municipal.
O município pediu ao ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, que a EDP pudesse suspender as descargas na barragem da Agueira – pedido que estava a ser cumprido, segundo o autarca.