As temperaturas acima dos 40 graus que se esperam para os próximos dias poderão ser acompanhadas de ventos e trovoadas, com uma precipitação muito dispersa que pode evaporar antes de chegar ao solo, segundo a meteorologista Patrícia Gomes.
"Já a partir de amanhã [terça-feira] podemos mesmo estar a contar com temperaturas máximas acima dos 45 graus celsius na região do Vale do Tejo e Alentejo", afirmou a meteorologista do Instituto Português e do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Grande parte do continente estará com temperaturas máximas acima de 40 graus, de acordo com as previsões.
A meteorologista destacou que em algumas regiões do interior, no Alentejo, em Castelo Branco e mesmo em Trás-os-Montes, estes episódios são comuns, mas de curta duração, "por um período de três, quatro dias".
"Este episódio já começou na semana passada. Contamos com 10 dias. É muito longo, estas temperaturas muito perto do litoral não é uma situação normal", admitiu.
Mesmo no litoral as temperaturas vão subir acima dos 40 graus: "O distrito de Lisboa tem temperaturas máximas previstas de 40 e 41 graus e em alguns locais pode ser mais".
O vento não terá muita intensidade, inclusive no litoral, mas a partir de terça-feira espera-se uma intensificação nas terras altas e no Algarve, especialmente no barlavento algarvio, referiu a mesma fonte.
Hoje e terça-feira, podem ocorrer aguaceiros dispersos no interior e Norte. "Podem ser acompanhados de trovoada. É uma precipitação muito dispersa que pode mesmo não chegar ao solo. A água pode evaporar-se antes de chegar ao solo", indicou a meteorologista, admitindo que poderão ocorrer fenómenos de rajadas.
"São dois dias de instabilidade atmosférica", disse, antecipando que na terça-feira todo o país deverá ser colocado em aviso laranja pelo IPMA, que poderá ser elevado a vermelho [o mais grave], pontualmente, em alguns distritos.
Devido às previsões de altas temperaturas e do aumento do perigo de incêndio, Portugal continental está em situação de contingência desde esta segunda-feira, até sexta-feira, dia 15.
Todos os dispositivos e operacionais de combate aos incêndios são obrigados a estar disponíveis para qualquer ocorrência. O Governo pretende contratar 100 novas equipas de bombeiros e crime de desobediência regressa, bem como a proibição de uso de máquinas em espaço florestal e fogo de artifício.