À frente do próprio Pedro Catarino, reconduzido há cerca de um ano no cargo de Representante da República nos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu e elogiou o trabalho daquele referindo que “ nós sabemos como hoje é cada vez mais ingrata a missão do exercício e desempenho de funções políticas e públicas”.
O Presidente da República defendeu que “é mais ingrato porque aumenta felizmente o escrutínio, a participação, a intensidade do controlo democrático”, acrescentando que “é mais ingrato porque o interesse público a prosseguir é mais complexo”
Marcelo Rebelo de Sousa, falando ao ar livre no pátio do Solar de Madre Deus, a sede do gabinete do Representante da República na região dos Açores, disse ainda que “também por isso cumprimento vossa excelência pela disponibilidade permanente para o serviço da causa pública”.
Neste discurso antes de um jantar privado de que Pedro Catarino é o anfitrião, Marcelo disse ainda que “há naturalmente missões que pela complexidade específica justificam o agradecimento redobrado”.
A extinção do cargo de Representante da República na região dos Açores tem sido defendida por todos os partidos com assento na Assembleia Legislativa regional, e o argumento que tem sido mais usado para essa defesa é que esta figura não tem a legitimidade do voto para fiscalizar leis e pedir a sua constitucionalidade, já que é uma figura nomeada pelo Presidente da República.
Fontes regionais garantem à Renascença que não está em causa o homem, ou seja, Pedro Catarino, mas o próprio cargo. Isto tudo numa altura em que foi criada na Assembleia Legislativa regional dos Açores uma comissão eventual que irá produzir um relatório para arrancar com a reforma da autonomia.