“É impressionante. Mas o que é que se pode fazer?”. Vitor Pinto da Cruz lamenta desta forma mais um aumento no preço dos combustíveis, temendo que não seja o último.
Para este automobilista, que olha atentamente para o placar com os novos preços dos combustíveis, afixados junto a um posto de abastecimento em Lisboa. Gasóleo simples a 2,109 euros, Gasóleo aditivado a 2,109. Gasolina 95 a 2,134 euros o litro e Gasolina 98 octanas a 2,184 euros.
“São consequências muito preocupantes do que se passa na Europa neste momento”. Economicamente, “mas também no que se refere à estabilidade, explica Vitor Pinto da Cruz, que admite ter receio do que possa acontecer num futuro próximo. Contudo, há que ter esperança.
“Vamos ser positivos, pelo menos, estamos longe deles”, diz numa referência ao conflito na Ucrânia.
Numa praceta próxima, Bruno Correia está a perfilar junto a um passeio os automóveis que tem para venda, colados a uma oficina da qual é proprietário onde garante também o serviço de manutenção e de limpeza de viaturas. Admite que este aumento do preço dos combustíveis está a ter um impacto muito grande.
“O carro é um bem essencial, que utilizamos todos os dias. E isto é uma coisa de loucos. Eu acho que o Governo tem forma de dar a volta a isto e não castigar tanto os contribuintes, afirma, admitindo que para quem vende automóveis, o negócio está cada vez mais complicado.
“As pessoas acabam por ficar com o pé atrás, não compram.” E os que têm automóvel começam a optar por outras formas de locomoção.
“A praceta, aqui, normalmente tinha sempre lugares de manhã. Agora está sempre tudo cheio. Umas estão em teletrabalho, outras porque estacionaram e colocaram o carro de parte. Este mês tem-se visto uma descida muito grande de pedidos de revisão ou lavagem", conta.
Ao posto de abastecimento chega Jorge Câmara, para abastecer o automóvel.
“São valores que nunca na vida pensei que chegasse a isto. É consequência de tudo o que estamos a viver. É tentar andar um pouquinho menos com o carro, acelerar menos”, diz este automobilista, que sublinha que tendo em conta a realidade nacional, são valores incomportáveis.
“Acredito que o Governo tenha ainda alguma margem para poder fazer alguma coisa. Porque começa a ser uma fatura muito pesada”, conclui.
Cristina Fernandes também parou para abastecer. Trabalha numa petrolífera e admite que nunca achou possível ver o combustível a mais de dois euros o litro.
“Está a um preço muito alto, mas também para as companhias está a ser muito difícil esta escalada de preços”, afirma.
Não muito longe do posto de abastecimento, Carla Alves gere um talho. Como automobilista, diz que se sente impotente, face ao aumento dos combustíveis, garantindo que que o négócio da carne já sofreu aumento dos preços.
“Os nossos fornecedores já começaram a aumentar o preço da carne. E nós vamos ter de aumentar também. Não dá para controlar”, observa Carla Alves.