A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma a existência de investigações a alegadas esquadras informais chinesas a funcionar em Portugal.
Em resposta à Renascença, a PGR revela, ainda, que estas investigações estão a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Em causa está a denúncia de uma ONG Safeguard Defenders, de defesa dos direitos humanos, que concluiu existirem em Portugal pelo menos três destas esquadras, que trabalhariam em articulação com o Partido Comunista Chinês, para repatriar cidadãos para a China.
Agora, a PGR confirma que decorrem investigações.
Esta quinta-feira, a Comissão Europeia declarou que cabe aos Estados-membros investigar a existência destas alegadas esquadras.
Bruxelas sublinha que, embora não tenha sido informada, pode mobilizar apoio para os países, se for necessário.
Por sua vez, a China rejeita as acusações. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim defendeu que estas estruturas são, na verdade, centros de serviços para chineses no estrangeiro.
No relatório divulgado em setembro, a ONG Safeguard Defenders acusou Pequim de manter meia centena de “centros de serviço policial” em vários países, que terão persuadido 230.000 alegados fugitivos a regressar à China entre abril de 2021 e julho de 2022.
Três dessas “esquadras ilegais” funcionariam em Portugal, em Lisboa, Porto e na Madeira, segundo a ONG, com sede em Madrid.
O relatório da Safeguard Defenders foi divulgado em Portugal pelo líder da IL, João Cotrim Figueiredo, no final de setembro, durante um debate na Assembleia da República.