Médicos confirmam greve em Maio e querem reunir com Centeno
11-04-2018 - 17:43

Greve junta ambos os sindicatos de médicos, que exigem a presença do ministro da Saúde mas também o das Finanças, na próxima reunião com o Governo.

Os médicos anunciaram esta quarta-feira que vão fazer greve nos próximos dias 8, 9 e 10 de maio.

Em declarações à Renascença, Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) explica que não houve qualquer contraproposta do Governo na reunião desta quarta-feira no Ministério da Saúde e exigem que na próxima reunião estejam presentes não só o ministro da Saúde, mas também Mário Centeno, o ministro das Finanças.

"A nossa exigência é que na próxima reunião esteja Mário Centeno, que hoje mesmo veio dizer aos portugueses que estava tudo bem, demonstrando uma insensibilidade confrangedora. Parece que o ministro das Finanças se conforma com os portugueses estarem dois anos à espera das consultas. Por isso queremos que na próxima reunião esteja o ministro da Saúde e o ministro das Finanças, para ultrapassar estas diferenças. Caso isso não seja feito, responsabilizamos o Governo por esta greve", diz.

"Por incapacidade, o ministro da Saúde não tem conseguido demonstrar ao ministro das Finanças que estas medidas não irão onerar o orçamento do Estado, mas sim diminuir a pressão junto do orçamento do Estado, porque quando alguém está dois anos à espera por uma cirurgia, naturalmente quando isso ocorre estão numa situação mais frágil e o custo será maior. "

A greve junta os dois sindicatos dos médicos, o SIM e a FNAM. Entre as propostas que unem os sindicatos estão a redução dos horários de urgências de 18 para 12 horas, "deixando seis horas para fazer consultas e cirurgias programadas" e a redução do número de utentes por médico.

Roque da Cunha fala ainda da necessidade urgente de contratar os médicos que precisamente por estes dias estão a concluir as suas especialidades. "Estamos a falar de 800 médicos que, se não forem contratados de forma rápida, acontecerá o que se passou o ano passado em que mais de metade foi para o privado ou para a emigração", diz.