Para os que acreditam que o trabalho e a fé movem montanhas, a vitória da selecção portuguesa tornando-se assim no novo campeão da Europa, é um acontecimento revestido de alguma naturalidade.
Fernando Santos é o principal artífice desta ideia, que soube adaptar a um grupo com o qual estabeleceu, desde o início, uma relação séria, sem subterfúgios, e que por isso ficou fadada a permitir chegar ao objectivo maior que levou até França um grupo de 23 jogadores que ficam na história do futebol português.
Admirável esta equipa portuguesa que, é verdade, apenas ganhou um jogo no período dos noventa minutos no Euro-2016, mas soube sempre como sair de algumas situações difíceis que se lhe depararam. E o futebol também é isto.
Parece injusto tratar à parte alguns dos nomes que fizeram parte desta noite mágica, porque o sucesso é, acima de tudo, uma obra do colectivo.
Mas, em boa verdade, merecem referência especial Rui Patrício, para nós o jogador português mais valioso na final de Saint Denis, de uma utilidade inigualável, e Eder, a que muitos se habituaram a chamar de “patinho feio”, mas que obteve o golo da noite, e que por isso fica justamente para a história.
E, claro, Cristiano Ronaldo está também em primeiro plano.
Roubado ao jogo por uma lesão contraída muito cedo soube ser sempre, não obstante essa contrariedade, mais um pela confiança que foi capaz de transmitir a todos os seus companheiros.
Um campeão como CR7 merece estar a caminho da conquista de nova Bola de Ouro, a premiar também o futebol português por ter conseguido chegar a um patamar que para muitos parecia inalcançável.
A partir de agora, a Europa e o mundo vão passar a olhar o futebol português de uma maneira diferente: somos campeões da Europa, mesmo contrariando algumas aves agoirentas que com frequência se faziam ouvir por cá e lá fora.
Depois do melhor jogador do mundo, melhor treinador do mundo, melhor árbitro do mundo, melhor empresário do mundo, chegar ao título de campeão da Europa, é atingir o cume da uma imponente pirâmide.