Foi um “três em um”. António costa foi à sede do PS, no Largo do Rato, em Lisboa, entregar a sua moção e a recandidatura a secretário-geral do PS. Mas aproveitou para responder às convenções do Bloco de Esquerda e do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que dominaram a agenda política ao longo da semana.
Para o Bloco, que na convenção definiu o emprego como prioridade, prometeu ainda que, sem nomear o partido, prioridade às questões laborais.
“Acho que há hoje um consenso muito grande na sociedade portuguesa de que há uma máxima prioridade em mexer na legislação laboral. Esta crise demonstrou bem as múltiplas formas de precariedade que existem na sociedade portuguesa e que não têm só a ver com contratos a termo. Foram uma enorme ameaça à saúde pública e são sobretudo uma enorme ameaça à construção de projetos de vida por parte das pessoas”, afirmou Costa, garantindo que continua a privilegiar o diálogo com a esquerda.
Já em relação ao PSD, disse: “Há um mundo que nos separa.” Uma resposta direta ao líder social-democrata, Rui rio, que na quarta-feira, no encerramento da convecção do MEL, lamentou que o governo não aproveite a sua disponibilidade para fazer reformas.
“Há um mundo que nos separa, o que é muito bom. E é muito bom porque a vitalidade da democracia assenta na existência de alternativas e, portanto, os portugueses sabem que se quiserem seguir este caminho estamos cá, se quiserem seguir um caminho diferente lá está o dr. Rui Rio e o PSD”, acrescentou Costa, que aproveitou para voltar a colar o PSD ao Chega.
“O que é perigoso é quando alguns destes partidos, o PS ou o PSD, em vez de ser capaz de afirmar a sua própria identidade e sem prejuízo de dialogar com os partidos do seu campo político se deixa condicionar pela agenda política dos outros. É isso que me tem levado a manifestar preocupação pela qualidade da democracia que é a forma como o PSD se tem deixado aprisionar pela agenda do Chega. é isso que enfraquece a alternativa do PSD”, disse o líder socialista.
Quanto ao seu futuro, António Costa tentou dispersar dúvidas sobre um eventual cargo em Bruxelas. “Espero que os militantes do PS renovem a confiança para continuar a liderar o partido nos próximos dois anos e no tempo em que for necessário. Toda esta situação de pandemia e de crise económica impõe particulares responsabilidades e impõe necessária que não possa passar pela cabeça que esta seja a altura de voltar as costas á luta”, afirmou António Costa, concluindo: “Quando há luta vamos a ela!”