O primeiro-ministro, António Costa, defende que o problema da seca deve ser discutido com Espanha "de um modo solidário e entre vizinhos" para "assegurar os melhores níveis de caudais ecológicos" no interesse de todas as populações.
No debate quinzenal, no Parlamento, a questão da seca foi trazida quer pelo deputado do PAN, André Silva, quer pela deputada do PEV, Heloísa Apolónia, tendo o primeiro-ministro referido que, a propósito dos 20 anos da Convenção de Albufeira, é preciso revisitar "o tema da convenção com Espanha" para se ter uma gestão mais adequada dos efectivos.
"Mas, se acompanhar o debate em Espanha, verificará que infelizmente o problema da seca não se coloca só a jusante, coloca-se também a montante de grande parte dos nossos rios internacionais e onde o problema das respetivas bacias hidrográficas está também a ser crítico no país vizinho", sublinhou, em resposta ao PAN.
Por isso, aquilo que António Costa defende é que se discuta e trate esta matéria "de um modo solidário, entre vizinhos, de forma a assegurar os melhores níveis de caudais ecológicos para todos e no interesse de todas as populações".
Outro tema trazido por André Silva foi a necessidade de o Estado "apostar de uma vez por todas no aconselhamento, programação e acompanhamento nutricional por parte de profissionais qualificados".
"Quero assim perguntar-lhe, senhor primeiro-ministro, se a proposta do PAN referente ao reforço de nutricionistas para o Serviço Nacional Saúde e para a Escola Pública terá finalmente expressão neste Orçamento do Estado", questionou o deputado.
Na resposta, o chefe do executivo mostrou disponibilidade "para considerar as propostas do PAN no âmbito do OE 2018".
"Os passos que demos até agora são passos modestos. Houve um reforço dos nutricionistas no centro de saúde, tem havido um trabalho por parte do Ministério da Educação junto das escolas para uma melhoria dos cadernos de encargos na aquisição das refeições escolares de forma a podermos ter uma alimentação mais equilibrada", recordou.
No entanto, Costa disse partilhar o ponto de vista de André Silva de que "o grande investimento que há a fazer é um investimento na qualidade da alimentação desde a infância de forma a prevenir gastos futuros com a saúde".