O Governo iraquiano decretou um recolher obrigatório em Bagdade por tempo indeterminado, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro, Adel Abdul Mahdi.
A medida é tomada depois de dois dias de manifestações violentas contra o Governo em várias regiões do país, com destaque para a zona da capital.
“Declaração do comandante em chefe das Forças Armadas: todos os veículos e pessoas estão totalmente proibidos de se movimentar em Bagdade a partir das 5h00 da manhã, de quinta-feira, até nova indicação”, anunciou Adel Abdul Mahdi.
O recolher obrigatório prevê várias exceções: ambulâncias, viajantes de e para o aeroporto de Bagdade, funcionários hospitalares, do departamento de água e energia e peregrinos.
A medida abrange apenas a região de Bagdade. O primeiro-ministro adianta que cabe aos governadores declarar ou não o recolher obrigatório nas suas províncias.
Pelo menos sete pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas em dois dias de protestos contra o Governo, em vários pontos do país. Os manifestantes reivindicam empregos, mais e melhores serviços públicos e o fim da corrupção.
Esta quarta-feira, tropas de elite impediram que um grupo de manifestantes invadisse o aeroporto de Bagdade. Foram disparadas balas reais e gás lacrimogéneo.
Mais a sul, houve combates com armas de fogo em Nassiriya e as forças de segurança chegaram a perder o controlo da cidade.