“Chegou a hora de construirmos juntos a Europa”. Juristas Católicos apelam ao “voto consciente”
03-06-2024 - 12:04
 • Olímpia Mairos

Segundo a associação, a Europa enfrenta hoje grandes desafios que “arriscam comprometer a unidade entre os Estados”, dando como exemplo a guerra na Ucrânia e a crise dos refugiados e dos imigrantes.

A Associação dos Juristas Católicos apela ao voto consciente nas Eleições Europeias, que em Portugal terão lugar no próximo domingo, considerando que este ato eleitoral assume “uma importância incontornável”.

Citando as palavras do Papa Francisco no Parlamento Europeu em 2014, os juristas católicos defendem que “chegou a hora de construir juntos a Europa”, uma “Europa que abraça com coragem o seu passado e olha com confiança o seu futuro, para viver plenamente e com esperança o seu presente”.

Tal como defendeu, nesse discurso, o Papa Francisco, os juristas entendem que “chegou o momento de abandonar a ideia de uma Europa temerosa e fechada sobre si mesma para suscitar e promover a Europa protagonista, portadora de ciência, de arte, de música, de valores humanos e também de fé”.

Em comunicado, a associação lembra que o projeto de integração europeia nasceu há 70 anos, no rescaldo da segunda guerra mundial e motivado pela urgência de garantir a paz no continente, sublinhando que se tornou possível como “projeto de esperança porque foi assente na linguagem comum dos valores que os povos europeus partilham em razão da sua herança cristã: o primado da pessoa, o bem-comum, a solidariedade, a igualdade e a subsidiariedade”.

A Associação dos Juristas Católicos alerta, no entanto, para os grandes desafios que a Europa enfrenta e que “arriscam comprometer a unidade entre os Estados”, dando o exemplo da “guerra na Ucrânia, a crise dos refugiados e dos imigrantes que chegam ao território europeu atraídos pelo seu modo de vida, o ambiente, o envelhecimento populacional, a rápida evolução da técnica e da inteligência artificial”.

“Não se trata de problemas circunstanciais, mas de questões fundamentais que reclamam um novo olhar sobre a Europa e o que ela representa. Na encruzilhada em que se encontra, o caminho não pode deixar de se fazer através de uma reflexão sobre o que constitui o interesse público europeu, e sem que se coloque a pessoa, nas suas várias fases e em qualquer condição, no centro de toda a atividade política”, sinaliza