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A escola portuguesa ficou "refém" da instabilidade política dos últimos anos. O tema não é o mais provável, quando se entra num abrigo de cães abandonados, mas a campanha eleitoral obriga a estas coisas – e foi mesmo à porta de um “infantário canino”, onde os cães reaprendem a socializar depois de resgatados, que a porta-voz do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) aproveitou para falar de educação.
Apesar de ainda querer analisar o documento ao pormenor, Inês Sousa Real reagiu ao relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) divulgado esta terça-feira e não exclui vir a apoiar uma abolição do 2.º ciclo do ensino básico. Contudo, a maior crítica vai mesmo para o PS que “impediu uma reforma dos programas educativos” e que “não expandiu o debate para lá da recuperação do tempo de serviço dos professores”.
“Há aqui uma dimensão muito maior em termos de valorização, quer profissional, quer do ensino que, em nosso entender, tem de ser feita. Para isso é preciso haver visão, é preciso haver arrojo e não estarmos reféns desta instabilidade política que tem marcado os últimos anos da governação, sob pena do país continuar estagnado também em matéria educativa”, defendeu, na sede da Associação Patas Errantes, na Terrugem, concelho de Sintra.
Já sobre os cenários de governabilidade, Inês Sousa Real continua a não especificar as condições que pode vir a exigir à Aliança Democrática ou ao PS num possível entendimento após as legislativas de 10 de março. Mas quanto ao PCP, a porta-voz do PAN é mais exigente: os comunistas têm de mudar a posição sobre a Ucrânia, não por uma “questão ideológica”, mas porque a invasão russa é um “drama humanitário ao qual nenhuma força política pode ficar indiferente”.
Ainda antes de fugir para o tema inevitável num abrigo de animais – e voltar a pedir a redução do IVA nos produtos veterinários para a taxa mínima de 6% -, a líder do PAN aproveitou ainda para falar sobre a hipótese levantada por Macron de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia.
Apesar de sublinhar que “a Ucrânia sozinha não vai conseguir fazer frente”, Inês Sousa Real não se comprometeu com um não veemente quanto ao envio de militares portugueses para o conflito: insistiu apenas que o PAN “mantém a sua posição de não-obrigatoriedade do serviço militar” e que o partido prefere “esforços para sanções económicas pela União Europeia”.
Da serra para o mar, a caravana do PAN continua amanhã pela Grande Lisboa, com reuniões com estudantes universitários, ações de rua – e até uma visita ao estabelecimento prisional de Tires.