O Presidente da República justificou esta segunda-feira o seu silêncio dos últimos dez dias com a “necessidade de estar calado”.
Marcelo diz que se "deparou com a crise" da possível demissão do Governo ao chegar da China e que se manteve em silêncio para manter "mãos livres" caso tivesse de intervir.
"Os portugueses percebem perfeitamente que tudo o que eu dissesse naquele período acabava por limitar o meu espaço de liberdade", defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo recusou responder a todas as perguntas diretas, feitas por jornalistas à margem de um evento na Fundação Champalimaud, sobre a chamada Lei dos Professores, que motivou uma crise política, com António Costa a ameaçar com a demissão do Governo caso a oposição votasse para aprovar a recuperação integral do tempo de serviço congelado. O Presidente disse que não comentava publicamente questões da agenda política e que fazem parte da campanha eleitoral.
Contudo, quando questionado sobre se tinha saudades de ter uma agenda pública, o presidente começou por brincar, dizendo que só tinha saudades de ver os próprios jornalistas, mas depois acrescentou. “Os portugueses têm de se habituar a que quem intervém muitas vezes não o faz por uma mania, por estilo ou obsessão. Fá-lo por necessidade.”
“E quando entende que a necessidade impõe estar calado uma, duas ou três semanas, tão depressa está calado como falava todos os dias”, concluiu.
Durante a sua conversa com os jornalistas, o Presidente comentou ainda, embora de forma geral, o caso Berardo.
[Notícia atualizada às 17h22]