O Ministério Público actuou de imediato no caso do Meco, garantiu a Procuradora Geral da República (PGR). Em entrevista à RTP, Joana Marques Vidal explicou porque transitou, afinal, o processo de Sesimbra para Almada.
“O inquérito no Ministério Público foi instaurado no dia em que ocorreu a tragédia. Foi dada a notícia de facto e foi aberto o inquérito. O que aconteceu é que o inquérito aconteceu na comarca de Sesimbra, posteriormente considerou-se que era importante que o procurador da República do círculo avocasse o processo e definiu que seria da competência de uma equipa mista composta pela Polícia Marítima e pela Polícia Judiciária”, disse.
A PGR recusa, para já, que se fale em falta de acção dos magistrados, mas remete para mais tarde a análise do que possa ter corrido bem ou mal neste caso.
“O processo não esteve parado. Se a investigação foi dirigida da melhor maneira, só no final quando terminar o inquérito é que nós poderemos averiguar se houve uma estratégia de investigação correcta ou outra”, acrescenta.
Joana Marques Vidal falou ainda de outros casos: anunciou que vêm aí mais três acusações que vão resultar das investigações ao BPN. A procuradora geral sublinhou também que acredita que se consiga encontrar uma formulação que seja constitucional para se criar o crime de enriquecimento ilícito e mostrou-se preocupada com os limites do acesso à base de dados de agressores sexuais que está a ser preparada pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz.
A 15 de Dezembro, seis jovens perderam a vida quando estavam, de madrugada, numa praia do Meco. Um sétimo aluno escapou com vida. O caso tem estado envolto em polémica, uma vez que ainda não se sabe ao certo o que aconteceu naquela noite. A imprensa tem revelado indícios que dão a entender poder tratar-se de um caso relacionado com praxes académicas, reacendendo a discussão sobre o assunto.